sexta-feira, 11 de abril de 2025

TRE-PI responsabiliza Câmara de Teresina por definir situação de Tatiana Medeiros

 O corregedor regional eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), desembargador Ricardo Gentil, afirmou que cabe exclusivamente à Câmara Municipal de Teresina definir os encaminhamentos sobre a situação da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa em uma operação da Polícia Federal que apura crimes eleitorais, suposto envolvimento com organização criminosa e compra de votos financiada por facção.

A declaração do magistrado foi uma resposta direta à consulta formal enviada pela Mesa Diretora da Câmara ao TRE, em busca de orientação sobre como proceder diante do afastamento judicial da parlamentar. Para Ricardo Gentil, a Corte Eleitoral não tem competência para interferir na gestão interna do Legislativo municipal nesse tipo de caso.

O desembargador Ricardo Gentil afirmou que a responsabilidade sobre a situação da vereadora Tatiana Medeiros é da própria Câmara Municipal de Teresina, destacando que o afastamento da parlamentar decorre de decisão judicial e que cabe ao Legislativo adotar as medidas cabíveis dentro de sua competência. Ele ressaltou que, no momento, a atuação da Justiça Eleitoral se restringe às questões propriamente eleitorais.

O magistrado também manifestou preocupação com o cenário das eleições de 2026, mencionando o avanço de facções criminosas no financiamento de campanhas políticas. Segundo ele, o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais já estão articulando estratégias para enfrentar esse tipo de risco, inclusive com a definição de metas e diretrizes específicas. Gentil mencionou ainda o uso crescente de tecnologias como a inteligência artificial no processo eleitoral, apontando a necessidade de preparo da Justiça Eleitoral para lidar com esses novos desafios.

Foto: TJPI180 graus

Tatiana Medeiros está atualmente afastada das atividades legislativas por decisão judicial. Sua prisão, amplamente repercutida, faz parte de um inquérito que investiga um possível esquema de cooptação de eleitores com dinheiro oriundo de facções criminosas. A Câmara, até o momento, não definiu se o suplente assumirá de forma definitiva ou interina.