terça-feira, 12 de agosto de 2025

Envenenamento em Parnaíba: acusado de matar família passa por exame de insanidade mental

 Polícia ouve no IML pessoas do convívio do réu para traçar perfil e saber se ele poderá ou não ser encaminhado a um manicômio judiciário.


Francisco de Assis Pereira da Costa, o homem acusado e envenenar a própria família em Parnaíba, passa nesta terça-feira (12) por um exame de higidez mental. A perícia foi pedida pela Defensoria Pública e vai atestar se por acaso Francisco possui alguma incapacidade. No momento, ele está preso preventivamente, mas se for comprovada alguma incapacidade, o réu poderá cumprir pena em um manicômio judiciário.

Envenenamento em Parnaíba: acusado de matar família passa por exame de insanidade mental - (Reprodução)Reprodução
Envenenamento em Parnaíba: acusado de matar família passa por exame de insanidade mental

O exame de higidez mental é conduzido por peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Teresina. O perito-geral do Instituto de Criminalística, médico Antônio Nunes, explicou que, além de Francisco, serão ouvidos também pessoas do convívio dele e que o conhecem desde a infância para que seja traçado um perfil. A partir deste perfil a polícia vai dizer se ele possui ou não alguma incapacidade.


Na manhã de hoje (12) uma adolescente de 17 anos, que foi uma das sobreviventes do envenenamento, foi ouvida no IML. “Também vão ser feitos alguns exames para saber se ele terá que ser internado em um manicômio judiciário ou se vai cumprir pena em alguma unidade do sistema prisional, onde já está inserido. Estamos buscando ouvir o máximo de pessoas possível para identificar o perfil do réu e saber qual será o caso”, explicou Antônio Nunes.

Antônio Nunes, perito-geral do Instituto de Criminalística do Piauí - (Assis Fernandes/O Dia)Assis Fernandes/O Dia
Antônio Nunes, perito-geral do Instituto de Criminalística do Piauí

Francisco de Assis está preso desde janeiro deste ano, quando a polícia descobriu que, na verdade o terbufós encontrado na comida que envenenou a família inteira em Parnaíba havia sido posto nos alimentos por ele. Na ocasião, Francisco disse que sentia “nojo” de sua enteada (mãe de duas crianças mortas e também vítima do envenenamento) e que desprezava os demais membros da família.


Na casa onde eles viviam, a polícia encontrou um baú onde Francisco guardava vários gêneros alimentícios e revistas com conteúdo nazista. O baú era trancado com um cadeado e só ele tinha acesso. Dias depois da prisão dele, uma vizinha da família foi envenenada e veio a óbito, o que fez a polícia voltar os olhos para Maria dos Aflitos da Silva, esposa de Francisco e matriarca da família. Maria confessou a autoria dos envenenamentos junto com Francisco. Para a polícia, os crimes foram todos premeditados.


Francisco de Assis e Maria dos Aflitos respondem por 23 crimes. No caso dela são quatro homicídios triplamente qualificados, quatro feminicídios, duas tentativas de feminicídio, uma tentativa de homicídio triplamente qualificado e denunciação caluniosa. No caso dele os crimes imputados são quatro homicídios triplamente qualificados, três feminicídios, duas tentativas de feminicídio, uma tentativa de homicídio triplamente qualificado e um crime de fraude processual.


Os dois passariam por audiência de instrução e julgamento no dia 30 de julho, mas a sessão foi adiada justamente por conta da ausência do exame de higidez mental de Francisco e também porque a defesa de Maria dos Aflitos pediu que ela pudesse comparecer ao julgamento presencialmente em Parnaíba e não só por chamada de vídeo.


fonte portalodia.com