O candidato a governador Maklandel Aquino (PSOL) afirmou ser contra a redução da maioridade penal e defendeu mais investimentos para cultura e esporte. O professor foi o terceiro convidado do quadro "Fala Candidato - O Povo Quer Saber", exibido nesta segunda-feira (11) no Jornal do Piauí, da TV Cidade Verde.
Maklandel Aquino foi questionado sobre maioridade penal por Robson Guerra, empresário que perdeu um filho vítima de bala perdida. "Se eu fosse a favor da maioridade penal eu estaria penalizando jovens e crianças que já foram penalizados pela condição social em que nasceram. (...) Nós não podemos penalizar essas crianças pela segunda vez", afirmou o candidato.
O acesso a meios de cultura e esporte são o caminho visto pelo candidato pada uma sociedade mais justa e fraterna. No entanto, isso não ocorreria em curto prazo. "Nós não podemos adotar uma política para trancafiar a juventude para garantir, em um primeiro momento, essa segurança que nós desejamos. (...) O Estavo vai ter planejamento de pequeno, médio e longo prazo para garantir a efetivação desses direitos".
Se cultura é uma das soluções, Maklandel Aquino quer a criação de uma secretaria para a área, com dotação orçamentária de 1,5% do que é arrecadado. Para o candidato, além de um direito, a cultura é determinante para formar a identidade de um povo. Para fortalecer isso, ele pretende criar um circuito integrado com calendário nos municípios, além de investimentos para pequenas produções, não contempladas com as leis de incentivo atuais.
Provocado por Robson Guerra de que sua gestão seria "mais do mesmo", Maklandel rebateu e afirmou que a segurança deverá ser mudada por completo, com uma polícia cidadã que dialoga com o povo. A garantia do candidato é de que o Estado, caso ele seja eleito, será presente.
Corpo de Bombeiros
Questionado pelo empresário André Baia sobre a estrutura dada aos bombeiros, que não dão conta desde os incêndios até a emissão de licenças para funcionamento de empreendimentos, Maklandel Aquino defendeu a revitalização não só da corporação, mas de todas as atividades públicas que é dever do Estado executar. "Nosso Estado está há 30 anos com o mesmo grupo político, só alternando quem fica com a caneta. Esse estado não está servindo".
Educação
Maklandel Aquino criticou o fato da verba federal para a educação não ser totalmente voltada para o ensino público. Para tanto ele propõe um Plano Estadual de Educação, com melhor formação, salários, planos de carreira e escolas de tempo integral com espaço para cultura, esporte e lazer. "Se não for uma educação integral, ela não serve para o nosso povo".
O candidato se propôs a imitar projetos de educação desenvolvidos pelo professor Cineas Santos, para estimular a prática da leitura para crianças e jovens, reduzindo o número de analfabetos funcionais e formando uma sociedade mais crítica. Para tanto, a editora pública do Estado seria reaberta, para valorizar trabalhos dos nossos escritores.
O representante do PSOL ainda teve de explicar para a estudante Franciele Cardoso, de Cocal dos Alves, o que quis dizer com direcionamento da leitura. Maklandel Aquino esclareceu que, ao invés de indicar os livros a serem lidos, o Estado deve fazer uma revisão curricular, introduzindo inclusive a disciplina ciência política, para melhor formação do cidadão. "O Estado que se propõe a governar com cada cidadão do Estado do Piauí, se ele não garantir a liberdade do indivíduo, ele não é capaz de dialogar".
O candidato do PSOL defende com veemência o direito às cotas para portadores de deficiência e promete ampliar as vagas nos concursos públicos. "Além disso, queremos garantir aos portadores de deficiência a prioridade nas moradias públicas, nos serviços públicos, na educação e na saúde. Temos uma dívida grande com eles e nos comprometemos a quitar", completou.
Ainda sobre Educação, Maklandel considerou que a Uespi está "sucateada" e garantiu que não permitirá que empresários do setor assumam pastas na educação pública.
Socialismo
Em resposta ao professor Cineas Santos, Maklandel Aquino respondeu ainda que não pretende implantar nenhum projeto de socialismo já aplicado em algum país, mas sim uma gestão participativa, de democracia direta, que pode gerar um modelo para o País e até o mundo. "As manifestações do mês de junho de 2013 foram uma demonstração clara de que esse é um modelo esgotado. (...) É para essa população, que se sente alijada do Estado, que nós queremos governar", completou.
fonte cidadeverde.com