As autoridades de saúde do Piauí vivem reclamando da falta de recursos para investimentos no setor, mas se dão ao luxo de deixar R$ 3,2 milhões parados na conta. O dinheiro deveria ser usado no acesso, acolhimento e qualidade da assistência as mês e aos recém-nascidos da Maternidade Evangelina Rosa e de outros Hospitais Estaduais. A conta do absurdo foi revelada por técnicos do Ministério da Saúde que analisaram as gestões dos anos 2014 (ex-secretário Morócles Veras) e os primeiros três meses deste ano (Francisco de Assis de Oliveira Costa).
Enquanto o dinheiro fica parado, falta material hospitalar, estrutura na maternidade e até o básico como lençol, conforme matéria divulgada pelo
portal no domingo. A reportagem teve acesso ao relatório de 53 páginas que revela, por exemplo, a falta de berços, de leitos e de lençol.
As constatações da auditoria são várias. A Maternidade Evangelina rosa, por exemplo, não cumpre a Portaria MS/GM nº 1459, de 24/06/2011, que obriga a disponibilidade de Atendimento Móvel de Urgência-Cegonha para o transporte seguro das gestantes e recém-nascidos de alto risco.
As duas ambulâncias da maternidade são para o transporte de pacientes de baixo risco, nenhuma tem suporte avançado. Os gestores da Secretaria Estadual de Saúde e da Evangelina Rosa estão sendo cobrados pelo Ministério da Saúde.
R$ 3,2 MILHÕES PARADOSSegundo o relatório da auditoria, no ano de 2014 o Ministério da Saúde enviou para a SESAPI o montante de R$ 3.263.120,00 para ser investido no Programa Rede Cegonha. Porém, o dinheiro não foi aplicado no objeto previsto, que seriam as seguintes obras:
Esse dinheiro iria ajudar na melhoria do atendimento das mães e bebês atendidos nos Hospitais Regionais de Floriano, Parnaíba, São Raimundo Nonato, Piripiri e Picos. Até o fechamento do relatório da auditoria no final de
março, a atual gestão da Secretaria Estadual de Saúde não tinha informado a previsão para a execução dos projetos.
Esses recursos devem ser, obrigatoriamente, investidos em qualificação dos leitos para as mulheres terem boas condições na hora do parto, além de assistência obstétrica, com profissionais especialistas, e exames de pré-natal.
A reportagem do portal entrou em contato com a SESAPI para saber qual o cronograma da aplicação desses investimentos. Na tarde desta segunda-feira(06), a assessoria de comunicação envio com uma outra matéria sobre os valores que estão sendo investidos na saúde em todo o Piauí. Na verdade, o que a Secretaria de Saúde está tentando fazer é minar a pauta do portal. Não responde qual a data para o início das obras cobradas pelo Ministério da Saúde. O secretário está no cargo há seis meses e não tomou as devidas providências.
“A Secretaria de Estado da Saúde investe mais de 13 milhões em construção, ampliação e reforma de hospitais do interior, principalmente em ambientes que fazem parte da Estratégia Rede Cegonha. O investimento contempla os municípios de Amarante, Canto do Buriti, Esperantina, Floriano, Parnaíba, Picos, Oeiras e São Raimundo Nonato em Centros de Parto Normal; Casas de Gestantes, Bebês e Puérperos; Unidades de Terapia Intensiva(UTI); Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais(UCIN), maternidades e ambulatórios”, diz a nota da SESAPI.
Nota do secretário não diz muito sobre o que de fato vem sendo feito. Crédito/Foto: CCOM
Quanto ao Programa Rede Cegonha, o secretário de Saúde, Francisco Costa, informou que os recursos ainda estão sendo viabilizados.
“Na política da Rede Cegonha, em parceria com o Ministério da Saúde, estamos viabilizando para algumas unidades hospitalares esse investimento com a perspectiva de melhorar o acesso e qualificar o atendimento no que diz respeito à assistência ao parto e à gravidez de alto risco que hoje se concentra nos hospitais de Teresina. Deste modo, estaremos oportunizando às mulheres, nesse momento tão importante da vida delas, um lugar mais próximo às suas residências”, declarou Francisco Costa.
MATÉRIA COMPLETA DA SESAPI NA ÍNTEGRA:
Saúde investe mais de 13 milhões na Rede Cegonha
A Secretaria de Estado da Saúde investe mais de 13 milhões em construção, ampliação e reforma de hospitais do interior, principalmente em ambientes que fazem parte da Estratégia Rede Cegonha. O investimento contempla os municípios de Amarante, Canto do Buriti, Esperantina, Floriano, Parnaíba, Picos, Oeiras e São Raimundo Nonato em Centros de Parto Normal; Casas de Gestantes, Bebês e Puérperos; Unidades de Terapia Intensiva(UTI); Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais(UCIN), maternidades e ambulatórios.
Os recursos aplicados são no total de R$13. 076.285,75, sendo R$7.239.381,98 provindos do Ministério da Saúde e R$5.836.903,77 do Tesouro Estadual. “Na política da Rede Cegonha, em parceria com o Ministério da Saúde, estamos viabilizando para algumas unidades hospitalares esse investimento com a perspectiva de melhorar o acesso e qualificar o atendimento no que diz respeito à assistência ao parto e à gravidez de alto risco que hoje se concentra nos hospitais de Teresina. Deste modo, estaremos oportunizando às mulheres, nesse momento tão importante da vida delas, um lugar mais próximo às suas residências”, declarou o secretário de Estado da Saúde, Francisco Costa.
Somente para os Centros de Parto Normais são investidos R$3.835.230,74 nos municípios Parnaíba, Floriano, Picos, Piripiri e São Raimundo Nonato. Além dos CPN, casa das gestantes, construção de leitos de UTI e UCIN e outras intervenções.
Em Floriano, por exemplo, além da reforma estrutural, serão ampliados os Centros de Parto normal, a Casa de Gestantes, construídas UTIs e salas de exames de tomografia e mamografia.
O município de Parnaíba terá ampliado o Centro de Parto Normal e a Casa de Gestantes, além de construídas a UTIs neonatais e a Unidades de Cuidados Intermediários. Em Picos, serão ampliados o Centro de Parto Normal e a Casa de Gestantes, e construídas UTI e a Unidade de Cuidados Intermediários, além da reforma na urgência e no ambulatório.
Assim como em Piripiri, onde será construída uma Unidade de Cuidados Intermediários e ampliadas a maternidade e o Centro de Parto normal. Já em São Raimundo Nonato, as obras constam da construção de Unidades de Cuidados Intermediários e ampliação do Centro de Parto Normal.
As obras estão em fase de andamento, sendo que em Floriano, a previsão de conclusão das obras da UTI e da Unidade de Cuidados Intermediários é para setembro. Em Parnaíba, as obras da UTI e da Unidade de Cuidados Intermediários estão 80% concluídas, com previsão de término em setembro. A UTI e a Unidade de Cuidados Intermediários de Picos estão em 60% de construção da obra, com previsão de entrega para outubro próximo. Em Piripiri, as obras da maternidade e do Centro de Parto Normal estão 90% concluídas, com previsão de entrega em julho. No município de Oeiras a obra da Unidade de Cuidados Intermediários está 100% concluída.
fonte 180graus.com