Timon: preso suspeito de matar dois por engano por não aceitar separação
Momento da prisão de Juraci, em Timon
Foi preso na manhã de hoje (6), Juraci Araújo, no bairro Cidade Nova, em Timon (MA), cidade vizinha a Teresina. Ele é suspeito de um duplo homicídio no dia 21 de julho deste ano, por não aceitar o fim de um relacionamento. O alvo era uma amiga da ex-companheira, identificada como Amanda. Ela sobreviveu, mas Jaqueline e Miguel Ângelo, que acompanhavam Amanda, foram assassinados.
Segundo o delegado Ricardo Freire, titular da delegacia de homicídios de Timon, o homem foi localizado após denúncias anônimas à polícia. Juraci declarou que não deixou a cidade maranhense, mas o delegado acredita que ele fugiu logo após o crime.
"Segundo ele, ele não deixou Timon, mas a gente não acredita nisso, ele disse que estava no mato, na beira do rio, e depois achamos ele no Cidade Nova, em uma casa pequena", disse.
O delegado destacou que ele não negou o crime, mas deu respostas evasivas sobre sua motivação.
"Eu ouvi ele hoje cedo e ele não nega, mas diz que não se lembra e nem sabe porque fez isso, ele diz que bebeu e cheirou cocaína. Fala coisas como 'Eu não nego, eu só não lembro o que aconteceu e se me perguntar, eu não sei porque fiz isso, não sou violento'. Isso é uma alegação de quem não tem o que dizer e com as provas é difícil ele se defender", afirmou o delegado.
Freire destacou que o homem vai responder ainda por tráfico de drogas. Ele já passou pelo IML e agora está na penitenciária Jorge Vieira.
"Lá na casa, quando a gente entrou, encontrou crack e dinheiro. Como já havíamos achado uma balança de precisão em outra residência dele, estamos convictos de que ele vai responder também por tráfico", disse o delegado.
Drogas e dinheiro apreendidos com o suspeito
O crime
O crime ocorreu precisamente na Rua Quatro do Loteamento Boa Vista, em Timon. Segundo o delegado, Juraci estava em um bar no dia 21 de julho quando Amanda chegou acompanhada de Jaqueline e Miguel e sentou próximo à sua mesa. Segundo testemunhas, esse gesto foi visto pelo suspeito como uma provocação. Ele já acreditava que sua ex-companheira o havia deixado por influência de Amanda.
"Eles se encontraram nesse bar e ele ainda a cumprimentou. O que nós entendemos é que a Amanda ter ido ao bar e ter sentado próximo a ele soou como provocação. Ele tinha ela como pivô. Então quando ela chegou, ele se revoltou. Nós temos depoimentos de pessoas da mesa dele que disseram que quando ela chegou com a Jaqueline e o Miguel ele mudou o comportamento, mudou de ânimo, ficou agressivo e impaciente", descreveu o delegado.
"Foi então que ele saiu e voltou ao bar e achamos que foi nessa hora que ele foi pegar a arma. Ele então esperou as três pessoas sairem de moto e as seguiu por um bom trajeto, do Mutirão até a Rua 100, que é longe. Foi quando Miguel, que pilotava a moto, percebeu que estava sendo seguido e acelerou. Ele foi entrar na Rua Quatro, derrapou e caiu. O Juraci saltou da moto e disparou um tiro em cada", disse ainda.
Amanda, que era seu alvo, foi atingida com um tiro na face e chegou a fingir que havia morrido para escapar de Juraci. O delegado disse que, segundo o depoimento da jovem, Juraci chegou a chutar suas pernas, para se certificar de que ela estava morta. Jaqueline e Miguel morreram no local.
"O Miguel morreu de graça, como nós costumamos dizer. Eles sequer se conheciam. E a Amanda, por ironia, hoje é nossa principal testemunha", destacou o delegado.
O homem está preso preventivamente e aguarda julgamento. O delegado informou que o inquérito será concluído em cinco dias. Ele deverá ser indiciado pelos homicídios de Jaqueline e Miguel, tentativa de homicídio de Amanda e tráfico de drogas.