Cobradores e motoristas de ônibus reclamam das condições de trabalho
Calor, instalação de ar-condicionado nos veículos e estrutura inapropriada das paradas finais são alvos de reclamações
As condições de trabalho, envolvendo turnos no calor escaldante de Teresina, e as condições inapropriadas dos terminais instalados no ponto final de cada linha são reclamações constantes dos cobradores e motoristas de ônibus de Teresina. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviá- rio de Teresina (Sintetro), a entidade entrou com ação judicial cobrando melhorias ao Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), mas até o momento, nada foi resolvido.
De acordo com o presidente do Sintetro, Fernando Feijão, uma das reivindicações é a renovação da frota de ônibus que circula atualmente na Capital, substituindo a frota por uma nova com ar condicionado. “Os ônibus não têm condições de trabalho, estão sucateados e a climatização vai demorar acontecer; por isso, estamos cobrando insalubridade. A Justiça já fez, inclusive, vistorias para constatar as altas temperaturas”, destaca.
(Foto: Moura Alves/O Dia)
Para o motorista Antônio Jackson, que trabalha no ramo há 13 anos, devido à falta de empregos na Capital, a categoria acaba se submetendo às condições, por não ter alternativa. “Isso é uma coisa que todo mundo já conhece e não pode reclamar, só pode sofrer mesmo. A gente trabalha mesmo porque em Teresina é muito difícil arrumar emprego e a opção que nós temos é essa. Eu sou um cara que vim da roça, se eu não trabalhar disso, não arranjo outra coisa”, lamenta o motorista.
Além da falta de climatização dentro dos ônibus, outra reclamação constante da categoria são as condições inapropriadas dos terminais instalados no ponto final de cada linha de ônibus. No terminal localizado no Vale do Gavião, os cobradores e motoristas têm de se abrigarem embaixo das árvores, por não suportarem o calor dentro do terminal, instalado em um galpão. Os banheiros e bebedouros também demonstram a situação precária dos terminais.
Profissionais cobram melhorias no sistema de transporte coletivo (Foto: Moura Alves/O Dia)
“A maioria dos terminais está deteriorada, entramos até com uma ação no Ministé- rio Público em relação a isso. De todos os terminais, apenas um tem o padrão que deveria ser, que é no bairro Jacinta Andrade. Nós queremos a construção de terminais que respeitem um padrão. Nas planilhas de custo, são quase 90 mil reais para manutenção dos terminais e quem paga são os usuários, porque é incluído no preço da passagem, mas essa manutenção não é feita”, afirma o presidente do Sintetro, Fernando Feijão.
Contraponto
Em nota, a diretoria do Setut argumentou que, até o momento, não recebeu nada oficialmente sobre os fatos relatados nesta reportagem e que, ao ser comunicada sobre essas possíveis denúncias, evidentemente fará a apuração dos fatos e tomará as providências cabíveis.