Wellington Dias garante que desta vez os cargos do Governo não terão donos
Indagado sobre a possibilidade de reviravolta na Alepi, governador descartou conflitos
O governador Wellington Dias concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Arimatéia Azevedo. Dentre os diversos temas abordados, o chefe do executivo estadual ponderou sobre a composição do seu secretariado, mas foi enfático ao dizer que as pastas governamentais “não têm dono”.
Governador Wellington Dias (Foto: Lucas Sousa / Portal AZ)
“Vamos ter um pacto, celebrado com cada gestor, para atingirmos metas que sejam coerentes com o meu programa de governo, no outro lado vamos ter uma situação em que eu já fui eleito com maioria na Assembleia. Isso permite que possamos organizar o Estado sem precisar do chamamento de tantos suplentes como foi na vez anterior. Por último, termos a condição de ter uma equipe com perfil mais técnico. Ou seja, quem vai ser o diretor técnico da área da infraestrutura tem que ser da área da engenharia. Então, não haverá uma pasta de um dono, o dono da pasta é o projeto do Estado. Vamos ter a condição de trabalhar todo o governo em sintonia”, destacou o governador Wellington Dias.
Indagado sobre a possibilidade de reviravolta na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) por conta das escolhas dos nomes para compor a estrutura governamental, o governador descartou conflitos e afirmou que há um bom relacionamento com os líderes partidários.
“O fato é que nós vamos ter uma responsabilidade, assim como tivemos para nos tornarmos vitoriosos nas eleições. Teremos uma grande responsabilidade para que possamos alcançar nossos objetivos porque o resultado do mandato não é bom só para quem é o governador, também é bom para os estaduais, para os federais. Tenho uma sintonia muito boa com os presidentes dos partidos, com a bancada federal e com a estadual. Às vezes passa a ideia de que está tendo muito conflito, mas nunca teve uma composição com mais tranquilidade do que agora. Para ser sincero, temos uma dificuldade por conta dos cortes que fiz para uma estrutura menor para que a gente tenha a presença do conjunto das forças que disputaram comigo as eleições”, explicou.
Dias ainda afirmou que, embora esteja em seu quarto mandato, ele agirá de forma diferente de suas gestões anteriores.
“Muitas coisas vão mudar. Apesar de ser o mesmo governador, é um governo diferente e vamos perceber isso especialmente a partir de maio, quando vamos trabalhar já com as novas equipes. Eu tenho dito que é um final de ciclo. Estou encerrando um ciclo na vida política, na gestão do Piauí, até porque pós-2022 nós vamos ter outro pensamento a partir de um estado com alto desenvolvimento, aí não serão mais os problemas do passado, serão outros problemas novos e outras gerações cuidarão disso”, ressaltou o governador.
Reforma da previdência
O governador Wellington Dias ainda comentou sobre Reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). Para ele, é perigoso que se aposte em apenas uma medida para que se resolvam todas as deficiências do país.
“Não é razoável imaginar que apenas com a reforma da previdência, nós vamos acabar com os problemas do país. A equipe do governo Bolsonaro, principalmente da economia, o Paulo Guedes, vinha insistido para primeiro fazer a reforma da previdência e depois que poderia cuidar das demais pautas. Virou uma cantilena. Nós agora avançamos, buscamos o congresso e formamos inclusive um fórum especial da bancada federal dos governadores do Norte e Nordeste. O objetivo é garantir, independente de partido, um texto possível não só para a previdência, mas para as outras propostas”, detalhou.
Wellington Dias x Jair Bolsonaro
O governador Wellington Dias (PT) e o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) são de partidos que atualmente representam a maior oposição do Brasil. Mas segundo o governador, foi preciso mudar o tom do relacionamento por conta da responsabilidade com o país.
“O que eu digo e que já afirmei para o próprio Bolsonaro: eleição terminou, ele é o presidente do Brasil eu sou governador, assim como os demais, e devemos que ter uma responsabilidade com o país. O caos quem mais sofre são os partidos de esquerda, não há alternativa, mas nós precisamos da democracia para a própria sobrevivência. O que temos de divergência começou afunilar”, finalizou.
fonte portal az