O Mercado do Peixe do Poti Velho, localizado na zona Norte de Teresina foi construído para abrigar os vendedores de peixe da região, mas mesmo com a estrutura disponível, os permissionários preferem ficar na calçada, alegando falta de estrutura e dificuldade nas vendas.
Cristiano Ribeiro, que trabalha há mais de 15 anos na venda de peixes, disse ao portal que o Mercado construído pela prefeitura de Teresina em 2017 não possui estrutura adequada, além de ficar localizado em um ponto que fica na contramão dificultando o acesso dos clientes.
“Aqui fora é melhor porque aqui a gente tá vendendo nosso peixe, lá dentro ninguém vende nada. Lá a estrutura é mal feita, sem ventilação e os peixes são escondidos dentro do box. O mercado que eu sei é só o galpão aberto e as mesas no meio, e fica escondido aí e só tem uma passagem, não tem onde a pessoa sair do outro lado. Aqui fora é melhor, o cliente passa e vê o peixe e já compra logo. E outra, o sinal aqui é mal feito, é na contramão, quem que vem pra cá?”, relata o vendedor.
Mesmo com o período da Quaresma, quando a procura de peixes aumenta na capital, Cristiano relata que ele e outros permissionários começaram a vender os peixes depois que foram para a calçada do mercado, e afirma que após a construção do local, os vendedores ficaram apenas quatro meses nos boxes.
“Só aqui fora mesmo, senão você passa é fome. Se trabalhar lá dentro igual o ano passado, ninguém vendeu nadinha não, nós começamos a passar a vender quando viemos aqui pra fora. Nós ficamos ainda lá dentro uns quatros meses, mas nós passamos foi fome”, comenta o vendedor.
Além de abrigar os vendedores de peixse, os 20 boxes do Mercado também dispões de estandes com frutas e verduras, como é o caso de dona Maria das Graças, que há dois anos colocou uma venda de verduras do Mercado e é a única vendedora que mantém o box aberto.
Assim como Cristiano, a vendedora relata o baixo movimento, mas afirma que se os vendedores de peixe ficassem em seus boxes, talvez os clientes entrassem no Mercado.
“Tá com dois anos agora em dezembro, mas a venda é fraca, é muito quente, a gente aqui dentro não tem um ventilador, e muito escuro, a gente coloca as lâmpadas mas carregam tudo. O negócio aqui é muito fraco, eles colocam aqueles peixes lá fora e o pessoal não entra, de lá sai. Porque se eles colocassem aqui dentro [os peixes] eles entravam, compra peixe e de lá volta. Tem muito que nem sabe que tem isso aqui, só os vizinhos”, disse a vendedora.
Outro ponto questionado pelos permissionários diz respeito a estrutura dos boxes. Dona Maria das Graças relata que cada box tem uma pia com torneira, mas o encanamento não funciona. Ela comenta que para lavar as verduras é preciso colocar um balde embaixo da pia para não alagar o box.
“A pior coisa aqui, esses canos são tudo entupidos, se você derramar água o box enche d’água. Parece que eles aproveitaram o encanamento velho do tempo que aqui era um hospital, acho que eles aproveitaram, porque enche e fica derramando, e fica tudo cheio de água. O banheiro enche d’água, pra gente ir no vaso fica pensado naquelas água de fossa, peixe, e fica uma nojeira, uma catinga. É mais o caso deles estarem lá fora vendendo os peixes”, relara dona Maria das Graças.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a Superintendência de Desenvolvimento Urbano Centro Norte (SDU) por meio da assessoria emitiu uma nota sobre o caso.
"Com relação ao Mercado do Peixe, no bairro Poti Velho, a Superintendência de Desenvolvimento Urbano SDU Centro/Norte explica que através da Gerência de Obras e Serviços (GOS) está sendo feita uma avaliação da estrutura do prédio e está sendo elaborada uma proposta de readaptação e reforma para que o local atenda às necessidades dos permissionários e dos clientes.
O local dispõe de 20 boxes, bancas para exposição de pescados, espaço para instalação de freezeres, sistema de água, energia, banheiros e lixeiras, entretanto será feita uma verificação das instalações para colocar o local para funcionar".
fonte www.viagora.com.br