Polícia Federal concluiu por inocência, Ministério Público Federal solicitou arquivamento por falta de provas e Justiça Federal o inocento
A Justiça Federal decidiu por inocentar o jornalista e apresentador do programa Alerta Geral, da TV Band Piauí, Tony Trindade, em acolhimento à conclusão da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
A decisão ocorreu quase um ano após o jornalista ter sido preso, em agosto de 2020, durante a operação denominada Acessso Negado, onde Tony foi acusado de obter informações privilegiadas e repassá-las a interessados, ao tempo em que as Polícias Civil e Federal investigavam desvios de recursos da educação no município de União.
Advogado comenta a decisão
O advogado do jornalista, Lucas Villa, esclareceu o ocorrido e afirmou que Tony foi inocentado de qualquer acusação e foi retirado do processo.
"Depois da investigação, tanto a Polícia Federal, quando o Ministério Público Federal, chegaram à conclusão que não existia qualquer indício em torno do Tony, de que ele tivesse cometido qualquer tipo de delito. Por essa razão o Tony não foi indiciado pela polícia e nem denunciado pelo Ministério Público Federal. Tony foi excluído do processo e isentado de qualquer tipo de acusação, porque ficou demonstrado que não havia qualquer prova de cometimento de crime por parte dele", disse Lucas Villa.
Decisão de juiz federal
Na decisão, o juiz Leonardo Tavares Saraiva, da 1ª Vara Federal Criminal do SJPI, afirma que Tony Trindade era responsável pelo marketing político de gestores da prefeitura de União, e que teria recebido informações sobre a operação por trabalhar na imprensa e apenas se comprometeu a monitorar os fatos como jornalista.
O juiz relata que Tony Trindade agiu como jornalista e que não teve acesso a nenhuma informação confidencial da polícia.
"Não foi possível apontar com a certeza exigida pelo direito penal que Itamir José (Tony Trindade) acessou ou tentou ter acesso a informações de caráter sigiloso que pudesse comprometer a rigidez da investigação", diz trecho da decisão.
Tony se manifesta
Tony Trindade, que permaneceu em silêncio durante todo o período de investigação diz que faz-se justiça, mas os estragos causados não são reversíveis. “Tenho 36 anos de profissão. Não sou a palmatória do mundo. Cometi erros e acertos nessa caminhada, mas jamais imaginei que tentariam me transformar num marginal. Sei que tenho inimigos silenciosos, poderosos, que não gostam de minha postura como jornalista, mas não quero acreditar que eles estejam por trás de toda essa trama sórdida. O que me resta agora é seguir em frente, de cabeça erguida, certo que sou cidadão e profissional, temente a Deus e que minha família e meus milhares de telespectadores, ouvintes e leitores poderão continuar confiando e acreditando em mim.” Afirma Tony.
Operação Acesso Negado
A Operação Acesso Negado foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 18 de agosto de 2020 com objetivo de cumprir cinco mandados de busca e um mandado de prisão na cidade de Teresina, União e Monsenhor Gil. A operação tinha como alvo principal o jornalista Tony Trindade.
O mandado de prisão foi expedido para investigar suposto vazamento de informações privilegiadas, com objetivo de atrapalhar investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Delivery.
Tony Trindade foi preso em sua residência em Teresina. Computadores e celulares pessoais do jornalista e familiares, foram levados para investigação policial no ato da sua prisão.
Três dias após a prisão, o juiz concedeu liberdade provisória ao jornalista, por "inexistir elementos que indicasse risco à ordem pública".
Entre todos os investigados, apenas Tony foi preso. Ao final das investigações, vê-se o único que foi preso, ser inocentado.
Confira a decisão:
fonte 180graus.com