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No Piauí, um adolescente de 13 anos foi preso durante a "Operação Pessinus", realizada em conjunto pelo Ministério da Justiça, Polícia Civil do Estado do Piauí (Diretoria de Inteligência) e Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) do Ministério Público de Santa Catarina. A ação, promovida pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (DIOPI/SENASP/MJSP), teve como objetivo combater crimes de constrangimento ilegal, ameaça, violência psicológica contra a mulher, estupro de vulnerável, apologia de crime ou criminoso, bem como incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional praticados no âmbito da internet.
No decorrer da operação, foram cumpridos 05 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de internação provisória em diferentes cidades, incluindo Ilha Grande/PI e outras localidades em Santa Catarina, Mato Grosso e Rio de Janeiro. A polícia destaca a importância da ação conjunta, contando com o apoio das autoridades de outros estados.
A equipe de investigação do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) do Ministério Público de Santa Catarina identificou perfis em redes sociais que evidenciavam a intenção de cometer atos graves de violência, incluindo estupros, mutilações e massacres em estabelecimentos de ensino e culto, além de manifestações de apoio ao nazismo.
Um dos perfis que chamou a atenção da polícia era de uma adolescente que, aparentemente, planejava incendiar uma escola. No entanto, as investigações revelaram que ela estava sendo vítima de extorsão sexual, vivendo em uma situação de submissão em decorrência desse crime.
Dentre os adolescentes investigados no estado do Piauí, um deles possuía perfis com culto a símbolos nazistas, incluindo imagens de automutilação e a cruz suástica. Esse jovem propagava apologia e incitação a crimes contra a vida, além de compartilhar conteúdos proibidos, como tortura, pedofilia e crueldade contra animais e pessoas, em um grupo de mensageria.
O adolescente piauiense de 13 anos ameaçava sequestrar, estuprar e assassinar uma de suas vítimas e praticava diversas violências sexuais por meios virtuais. Durante a operação, as autoridades apreenderam em sua residência um computador, celular e outros objetos.
O diretor de Inteligência da SSP/PI, delegado Anchieta Nery, ressaltou a importância do trabalho conjunto das polícias judiciárias do Brasil para enfrentar os desafios virtuais. Ele destacou o papel fundamental dos pais e da sociedade em proteger crianças e adolescentes por meio da orientação e acompanhamento, afirmando que abusos não serão tolerados em nenhum meio.
“Ele jogava a responsabilidade para as vítimas, dizendo que eles iam para os grupos de bate-papo porque queriam, desejando atenção”, afirmou o delegado Anchieta Nery, da PCPI, e diretor de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI).
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A operação só foi possível graças à celeridade e seriedade com que a demanda foi tratada pelo Ministério Público e Poder Judiciário do estado do Piauí.
Os adolescentes investigados responderão pelos crimes previstos nos artigos 146 (Constrangimento ilegal), 147 (Ameaça), 147-B (Violência psicológica contra a mulher), 217-A (Estupro de vulnerável) e art. 287 (Apologia de crime ou criminoso) do Código Penal, assim como do art. 20, § 1o, da Lei n. 7.716/89.
A operação recebeu o nome de "Pessinus", fazendo referência à cidade que serviu de sepultamento ao semideus Átis, da mitologia grega. O nome simboliza o fim da automutilação, reforçando o objetivo da operação em garantir a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes.
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