GESTÃO DO ZÉ NÃO AGRADA: 'Ele faz pura midiatização'
CATEGORIAS RECLAMAM DAS PROMESSAS feitas pelo governador, como a do aumento
Governador fez anúncios que desagradaram
Há exatos um mês e dez dias a frente do Governo do Estado, o governador Zé Filho (PMDB) desde sua posse no dia (04/04) só tem feito promessas. Logo em seu primeiro discurso ele garantiu dar continuidade ao que foi deixado pelo ex-governador Wilson Martins (PSB) e, mesmo no curto tempo de sua gestão, inovar e dar melhores condições de vida para os piauienses.
A segurança foi um dos pontos anunciados por Zé Filho que teria prioridade e que iria melhorar visto o aumento da violência em Teresina, aliás, em todo os Estado. As dificuldades que a saúde pública passa também ganhariam uma atenção especial por parte do governador, em especial a situação de superlotação no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) que tem tido um alto índice de mortes por falta de condições de aparelhamento e atendimento.
No seu primeiro discurso como governador, início de abril, mesmo com ele mandando 'calar a boca, a população bateu palmas para seu discurso. No entanto, o tempo passa e pelo menos essas duas áreas dadas como prioridades não têm tido muito avanço. O governador até anunciou a antecipação do reajuste de pagamento da Polícia Militar, que já estava no cronograma de parcelamento do plano de cargos, carreiras e salários ainda instituído no governo Wilson, que estava programada para junho de 2015, mas as demais categorias do Estado estão insatisfeitas.
Além da antecipação da última parcela do reajuste, Zé Filho também prometeu gratificações e até mesmo um aumento salarial para os policiais militares que trabalham nas ruas. A partir desse possível aumento anunciado por Zé Filho para os polícias militares, abre-se uma questão bastante polêmica: Como fica as outras categorias tão importantes quanto a polícia militar e que a muito tempo não tem aumento merecido
CATEGORIAS ESTÃO INSATISFEITAS
O sindicato dos delegados da polícia civil deu seu posicionamento com relação a esse aparente favorecimento de militares. É que o governo além do aumento salarial, promoveu mais de 500 militares e os civis terão direito a apenas 60 nomes promovidos, em uma lista de espera de mais de 400. “Reconhecemos que a Polícia Militar merece os créditos e todos os louros, mas não tem como aceitar duas polícias com tratamento diferente. “Tanto a PM quando a Polícia Civil têm salários negociados. Se vai fazer para uma polícia, tem de fazer para outra. Não tem como dentro da segurança pública, trabalhar com esse desconforto inconstitucional”, enfatiza a presidente do Sindicato dos Delegados, Andrea Magalhães.
Delegada Andréia: se tiver para PMs, tem que ter para Civil também
BOMBEIROS NÃO CONCORDAM COM MEDIDA DE ZÉ
Os bombeiros do Estado também não gostaram muito da atitude do governador de usar um acordo já firmado na gestão Wilson Martins em seu beneficio. Segundo o presidente da Associação dos Bombeiros, Flaubert Rocha, Zé Filho utiliza a informação de maneira equivocada. “Ele não está favorecendo ninguém, é pura midiatização. Entendemos que ele manipula uma informação para passar uma imagem positiva da administração. Esse não é um reajuste novo, é apenas fruto de um acordo realizado após uma manifestação em 2011, no qual reivindicamos melhorias de atualização de subsídios (salários) junto aos secretários de administração Paulo Ivan e secretário de governo Wilson Brandão, na época, e ficou parcelado em 4 anos. Essa questão de dar aumento ao policiais de rua ninguém acredita é só o governador querendo passar essa informação como se fosse dessa nova administração. Não enxergamos de maneira positiva os comentários do governador, por que tanto militares quanto bombeiros e todas as outras categorias, não estão ganhando nada a mais do que foi acordado”, disse. Ainda de acordo com o vice-presidente até mesmo esse acordo firmado em 2011 das categorias com o governo já está ultrapassado. Tanto que os Bombeiros já preparam uma nova pauta de reivindicação não só salarial, mas de melhores condições de trabalho. “O acordo já está ultrapassado e nós não estamos tendo nenhuma otimização salarial, nem mesmo os militares. Tanto que já pensamos em levar novas reivindicações salariais. Estamos com um salário muito aquém do que é referência nacional. É muito provavelmente que as demais categorias: civis, militares, médicos e delegados façam reivindicações”.
Flaubert Rocha diz que Zé Filho faz pura midiatização ao anunciar medidas
MÉDICOS: AUMENTO PODE SER DADO A TODOS
O 180graus também conversou com a presidente dos sindicatos da categoria médica do Estado, Lúcia Santos. Menos polêmica, ela acredita que se o aumento para os policiais foi anunciado realmente deve acontecer e é muito justo. Não somente pelo compromisso que Zé Filho firmou com a categoria, mas pelo poder financeiro que o Estado tem. Para a presidente essa história de que o Piauí já ultrapassou seu limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal não existe. É apenas uma estratégia de governo. Se a situação fosse realmente caótica, por que os gestores não reduzem os salários parlamentares inclusive o dele mesmo. “Se o governador quiser, ele paga. Interessante que as finanças não estão boas, mas o salário deles está sempre alto”. Assim como os bombeiros, Lúcia também defende a necessidade de uma conversa com o governador para que haja melhorias para a categoria. “Não pelos salários, mas pela progressão dos médicos na carreira”. Ela afirma ainda que o Governo principalmente Federal deva priorizar mais a saúde e segurança, que são essenciais para a população. De acordo com o que já foi colocado pelo próprio secretário de Fazenda Mário Lacerda, não deve ser possível. Ele já confirmou a péssima situação nas contas do Estado, e que o limite prudencial de 46,55% estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), já foi ultrapassado pelo Executivo. No entanto o governador Zé Filho, insiste em dizer que aumentos vão acontecer.
Lucia Santos diz que se o governador anunciou aumento, é porque tem que acontecer.
fonte 180graus