O pré-candidato ao governo nas eleições do próximo ano falou sobre a administração estadual atual.
O ex-prefeito de Teresina e pré-candidato ao Governo do Piauí, Sílvio Mendes (PSDB), falou durante entrevista ao portal sobre a atual administração do Estado, dentre outros assuntos.
Sobre as prévias do PSDB, planos do partido e cenário político nacional para 2022, Sílvio afirmou: “Votei no Eduardo Leite. Foi feito, foi escolhido. Não existe uma crise. Veja bem, primeiro você perguntar se é um partido não significa que você pense por todos os seus membros, você pode ter convergências, mas é até bom que discorde. Segundo, o voto é uma questão muito pessoal e de escolha, eu pessoalmente acho que o Dória não consegue construir uma alternativa como terceira via”.
- Foto: Luis Marcos/ ViagoraSílvio Mendes fala sobre administração do governo estadual
Ainda sobre o assunto, o ex-prefeito declara: “Nesse momento, eu vejo o Moro com muito mais recepção com a decisão dele de querer construir essa terceira via. Se vai acontecer, só o tempo dirá. Acho que o país está dividido, é muito ruim. Não é bom, primeiro, para o país. E não é bom também para quem pretende ser candidato. Porque a primeira medida é tentar pacificar o país, isso é mais importante do que a candidatura de qualquer que seja”.
Em relação a sua pré-candidatura ao Governo do Piauí o tucano ressalta: “Eu vou repetir mil vezes se for necessário, essa pretensão e essa decisão de colocar o meu nome como pré-candidato ao governo do Piauí, é uma decisão muito pensada, muito refletida. A gente sabe da dimensão dessa decisão, você precisa ter dedicação exclusiva. Várias coisas que nós já fizemos. Então, diante desses conflitos, dos desencontros, do radicalismo, nesse momento, eu não quero tratar de questão nacional. Qualquer coisa virá ao seu tempo. Vou até onde a minha clareza permitir".
Questionado sobre a atual gestão estadual, Sílvio Mendes fez uma avaliação após percorrer várias cidades piauienses em caravana com a também pré-candidata ao governo Iracema Portella e outros políticos.
"Muito ruim. Isso eu posso falar. A gente tem percorrido o estado do Piauí, e nós temos várias constatações. Primeiro, a ausência de governo do Estado pelo interior, seja na saúde, educação, seja na infraestrutura, principalmente na questão de água potável, muitas cidades sem água para beber, insegurança pública não é o de menos. Isso são responsabilidades de governo. E a gente ver a ausência da presença do Estado, da gestão. Segundo, os mais de 90 municípios que nós percorremos, o que tem ajudado os prefeitos são as emendas parlamentares de todos os partidos, deputado federal de qualquer partido, senador de qualquer partido. Isso é o que está permitindo os prefeitos cuidarem melhor das cidades. Terceiro, a surpresa boa é que os prefeitos, em regra geral, todos são pessoas jovens com boa formação, cidades dirigidas por mulheres, como duas professores que não concordando com a forma da cidade ser cuidada, decidiram se colocarem como prefeita, a Eugenia, e a vice-prefeita Ana Nero. E também tem aqui Joca Marques, uma mulher sendo prefeita, não sei se é tendencioso, mas percebemos que é uma cidade bem cuidada. Tem a delicadeza feminina. Um olhar diferente. Isso é muito bom".
Segurança Pública
Já sobre a situação da segurança pública no Piauí, o pré-candidato declarou: " Segurança Pública é um tema muito complexo. É preciso compreender as causas dessa violência. Você precisa compreender as consequências dessas causas. E saber o que está fazendo sobre o sentido de repressão. São três momentos diferentes. As causas, não quer dizer que seja o principal, mas o desemprego, não é porque tem muita gente desempregada e passando fome que estão roubando e assaltando. Passam fome, é verdade. A questão da violência em si, do assalto geralmente a mão armada, muito jovens, isso tem relação direta com as drogas e a ineficiência da repreensão. O policiamento em si, que é um dever do Estado, você começa pela força da Polícia Militar, que é menos da quantidade de policiais militares que a Lei determina. O Piauí tem entorno de 11 mil, 5 mil policiais, e a Lei manda ter o dobro. Aí você encontra cidades que tem um policial. Sim, e o horário de trabalho? Quem rende o policial? Os policiais, como o cabo do Sul do Estado, estão há 27 anos sem promoção. Eu não tenho esses dados para lhe enviar. Então, são questões básicas que você perde no combate à a repreensão da violência. E muitas vezes você nem tem com quem reclamar. O delegado de uma cidade responde por vários homicídios. As vezes falta gasolina no carro da polícia. Então, é preciso fazer coisas óbvias. Não existe papel para fazer boletim de ocorrência. Mas as propagandas mostram outra coisa".
- Foto: Luis Marcos/ ViagoraPré-candidato ao governo Sílvio Mendes
Questionado sobre possíveis propostas como pré-candidato ao governo, Sílvio Mendes pondera: " Independente do plano, por ser óbvio, primeiro, o Brasil, por ser República, tem três entes federais, Municípios, Estados e Governo Federal, se você não unir os esforços, seja em recursos humanos ou financeiros, o resultado fica fragmentado e é menor. Se você entender o Estado com os municípios você tem um resultado diferente. Vamos lá na saúde, ela nunca foi boa, a saúde pública estadual, ela está pior agora. Quando um prefeito necessita de uma ambulância para uma cidade maior, principalmente para Teresina aumentando o sofrimento e o custo é mais caro. Então, essa parceria não existe, esse trabalho conjunto. Se quer para os medicamentos para a saúde da família, que está devendo há mais de 2 anos. Teresina, quando estive na Fundação, o Estado estava devendo mais de 30 milhões de reais para comprar remédios básicos de uso continuado. A educação, vou te dar um dado assustador, os municípios são responsáveis pelo ensino fundamental, e o Estado o Ensino Médio, pois bem, 17 mil vagas do ensino superior no Piauí deixaram de ser ocupadas. 17 mil jovens não ocuparam as vagas oferecidas. Eu não posso imaginar um aluno com ensino médio mal feito passar no vestibular. Do mesmo jeito que não imagino que você possa construir um futuro sem educação. Vamos para a comparação, Teresina temos a melhor educação das capitais do Brasil, e ela não é a mais rica, então essa desculpa não existe. Sem ser atrevido, eu acho até que a oposição vai ganhar essa eleição. Porque existe uma desesperança por onde temos andado. A gente olha o desejo das pessoas na necessidade de mudar, e é esse o sentimento que temos percebido. Mas fazer o que precisa ser feito. O governo ele não gera riqueza, ele usa o imposto que nós pagamos para devolver em serviços, que só ele sabe fazer e é obrigação dele, assistência à saúde, o acesso, a educação pública".
Ainda em relação à administração estadual Sílvio afirma: “Olha a UESPI, soube que em Bom Jesus a UESPI fechou, ela funcionava com a biblioteca fechada. Como imaginar o futuro com esse tipo de comportamento. Vai fazer tudo agora? Se já está com 20 anos cuidando do Estado. Tomar dinheiro emprestado de outros Estados? São perguntas que não tenho resposta". Se eu tivesse que definir o atual governo em uma palavra seria péssimo. A atual gestão do Governo do Piauí é péssima”, finalizou.
Fonte www.viagora.com.br