Cegos cobram vagas de emprego nas empresas

Membros da Acep dizem que acesso ao mercado de trabalho ainda é restrito na iniciativa privada

A Associação dos Cegos do Piauí (Acep) encerrou ontem (17) as comemorações da Semana Nacional das Pessoas com Deficiência Visual. A sede da entidade foi palco de apresentações culturais, como a do Coral Os Independentes, formado por mais de 20 associados da instituição; bem como tratou de assuntos que merecem mais atenção da sociedade, como a oferta de trabalho para esta parcela da população.

Mais de dois mil deficientes visuais do Piauí são atendidos pela Acep. São pessoas das mais diversas faixas etárias, que lutam pela construção de uma verdadeiramente inclusiva, através da cultura, arte, educação e outras atividades.

Foto: Assis Fernandes/O Dia

Coral foi uma das atrações da Semana Nacional das Pessoas com Deficiência Visual

O diretor presidente da entidade, Aluísio Carvalho, reafirmou a importância de promover a inclusão da pessoa com deficiência visual no mercado de trabalho e na sociedade como um todo, rompendo com o preconceito e respeitando os direitos assegurados a este grupo de pessoas.

Segundo o líder da Associação dos Cegos do Piauí, os concursos públicos são onde os deficientes visuais têm se sobressaído. Estas são as principais portas de entrada do mercado de trabalho para as pessoas com deficiência visual no Piauí, visto que muitas empresas ainda não cumprem a Lei de Cotas.

“O que temos a comemorar hoje é que temos uma grande quantidade de companheiros cegos que já concluíram seus cursos superiores. São mais de 300 pessoas empregadas. Pelo contingente de pessoas cegas que nós temos, esse número ainda precisa crescer. Ainda faz-se necessário cumprir rigorosamente a Lei de Cotas pelos empresários e o Ministério Público do Trabalho deve acompanhar melhor, fazendo com que essas leis sejam realmente atendidas a contento”, afirmou Aluísio Carvalho.

A acessibilidade é outra luta das pessoas com deficiência no Piauí. Porém, segundo o diretor presidente Acep, acaba perpassando por diversas áreas, como o ambiente de trabalho, meios de transporte, acessibilidade física e, principalmente, a cobrança pela acessibilidade atitudinal. “As pessoas com deficiência visual devem ser aceitas. A sociedade tem que se adaptar a nós e não nós nos adaptarmos à sociedade”, defendeu.

fonte portal o dia