Polícia manda para JustiçaCaso dos R$ 180 mil
Delegado Francisco de Sá: processo que apura a apreensão dos R$ 180 mil será remitido à Justiça Federal
A 1ª Delegacia de Barreiras, na Bahia, que investiga o caso dos R$ 180 mil apreendidos com o servidor do Senado Federal, José Martinho Ferreira de Araújo, enviará amanhã o processo para a Justiça Federal. A informação foi dada ontem pelo delegado Francisco de Sá, que comanda as investigações. José Martinho é lotado no Senado Federal como motorista do gabinete do senador Wellington Dias, candidato ao governo do Piauí pelo PT.
Segundo delegado, a origem do dinheiro ainda é desconhecida. "Até sexta-feira estou enviando o processo para a Justiça Federal, para que a competência da condução das investigações passe a ser da Polícia Federal. Até a presente data [ontem], o verdadeiro dono dos valores ainda é desconhecido, bem como uma justificativa para o caso", disse o delegado em entrevista exclusiva ao Diário do Povo, ontem à tarde.
Os R$ 180 mil foram apreendidos no dia 11 de setembro, quando José Martinho de Araújo e o primo dele, Paulo Fernando de Sousa, viajavam de Brasília para o Piauí. O carro foi parado pela Polícia Rodoviária Federal de Barreiras (BA), e o dinheiro foi encontrado debaixo do bando traseiro do veículo. Paulo Fernando, que dirigia o carro, portava uma carteira de motorista falsa e foi preso.
O delegado Francisco de Sá afirmou ainda que vai aguardar até amanhã a chegada de informações concretas sobre o dinheiro. Ele reiterou ao Diário do Povo que o servidor do Senado não disse a quem pertencia a quantia que estava sendo transportada em notas de R$ 100,00, no fundo do banco traseiro do carro. A apreensão foi feita pela PRF no Km-805 da BR-242. "O juiz deve dar a competência do caso para a Polícia Federal", reafirmou o delegado.
O dinheiro encontra-se em um malote na agência da Caixa de Barreiras em regime de "custódia fixa". "Eu fui sozinho deixar esse dinheiro no banco. Ele está em custódia fixa, o que é diferente do depósito judicial. A quantia fica guardada em um malote lacrado e só quem pode retirar esse lacre é um juiz federal", contou Francisco de Sá.
O delegado negou ter dito que a quantia foi sacada em uma agência do Bradesco em Brasília. "Eu não disse que foi sacado no Bradesco, eu disse que as notas estavam cintadas (uma espécie de papel que envolve as cédulas) pelo Bradesco. Cabe a investigação descobrir quem era o dono da conta", afirmou.