segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Taxistas abandonam bairros mais distantes da zona Norte


Taxistas abandonam bairrosmais distantes da zona Norte


Os casos de assaltos aos táxis continuam recorrentes em Teresina e quem mora nos bairros mais a afastados da cidade já começa a sentir a ausência dos taxistas, sobretudo, no turno da noite. Em algumas regiões os profissionais não estão fazendo corrida nem mesmo durante o dia. Na Santa Maria da Codipi, zona Norte, as corridas se encerram às 20 horas e no Morro da Esperança, próximo à Ponte Estaiada, os táxis não entram nem durante o dia. 
Márcia Santos é moradora do bairro Santa Maria da Codipi e conta que já precisou duas vezes de táxi durante a noite e não conseguiu. A falta de ônibus na sua região intensifica ainda mais o problema e quando ela precisa sair à noite, a dificuldade de voltar para casa já é certa.
"Eu até fiz amizade com um taxista, que às vezes faz corrida à noite, porque já me conhece. Mas os outros não deixam nem a gente terminar de falar e já explicam que não fazem mais corrida para minha região à noite. Eu os entendo porque realmente a violência está grande, mas nós também somos prejudicados, porque também faltam ônibus por aqui e voltar para casa está sendo um sufoco", afirma a moradora.
Carlos Vagner é proprietário de uma rede de táxis no bairro Santa Maria da Codipi. Com ele, são mais cinco profissionais trabalhando de seis da manhã até 20 horas. Por dia, eles chegam a receber mais de 15 ligações durante a madrugada, mas todas são negadas. 
"É o nosso 'ganha pão', mas não temos como fazer mais que isso, porque a violência está muito grande. Ontem [sábado] fui deixar uma mulher em casa, durante o dia, e na hora que cheguei um homem parou em uma moto e matou o marido dela. Todo dia nós presenciamos casos de assaltos, fugas, homicídios. O medo é que nosso negocio vá a falência, porque estamos com medo de trabalhar", afirma Carlos Vagner.
Situação semelhante acontece com os taxistas que ficam nos arredores do Aeroporto Petrônio Portela. Etevaldo da Silva trabalhava 24 horas, mas depois da onda de assaltos e homicídios reduziu a jornada de trabalho e agora encerra às 20 horas. Ele conta que só atende clientes em casa e não para mais aos pedidos feitos no meio da rua.
"A Central está instruída a não passar mais ligações de pessoas esperando nas esquinas e ruas. Essa é uma medida de prevenção e os clientes já estão percebendo isso. Muitos comentam a dificuldade de pegar um taxi, mas, da forma com estão as coisas não temos muito que fazer", afirma.
No último final de semana mais dois casos de assalto a taxistas foram registrados na cidade. O primeiro aconteceu na sexta-feira, 12, no bairro São Cristovão. O taxista estava sozinho no ponto, quando foi abordado por um motoqueiro, que levou o dinheiro do taxista. No último sábado, outro caso também foi registrado. Dessa vez, no bairro Vamos Ver o Sol, por volta das 15 horas. O automóvel foi levado por bandidos, mas foi abandonado e recuperado em seguida.

fonte diário do povo