domingo, 22 de março de 2015

No Dia da Água, expedição alerta para situação dos Rios Poti e Parnaíba


No Dia da Água, expedição alerta para situação dos Rios Poti e Parnaíba

Expedição foi organizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí e pelo Iate Clube de Teresina.

Em alusão ao Dia Mundial da Água, comemorado neste domingo (22), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) e o Iate Clube de Teresina realizaram uma expedição pelos rios Parnaíba e Poti, com o intuito de registrar e avaliar a situação dois cursos d'água que banham a capital.
Durante a expedição, foi possível constatar que os rios sofrem, principalmente, com o assoreamento e poluição, provocados pelo despejo de resíduos de indústrias e domicílios. Em alguns trechos, no centro do rio, a profundidade não ultrapassa 60 centímetros. 
Expedição pelo Rio Poti ocorreu na manhã deste domingo (Fotos: Assis Fernandes / O DIA)
Há 10 anos pilotando embarcações, Ezequias Ferreira contou que, se não fossem as chuvas que caíram nos últimos dois dias, não seria possível ter realizado a expedição. “Com as chuvas que deu, aumentou meio metro. Essas barrancas que têm no meio do rio são tudo isso por conta do assoreamento. Há 10 anos o nível do rio veio caindo muito e hoje se encontra nesse estado”, lamentou.
O comodoro do Iate Clube de Teresina, Gilson Vasconcelos, pontuou que essa expedição foi necessária para que se possa denunciar a situação degradante em que os rios Poti e Parnaíba se encontram, e fazer um alerta para as autoridades, no sentido de que sejam tomadas providências. “Esperamos que saia algum projeto para salvar esses rios, que são tão importantes para a cidade de Teresina e Piauí”, contou.
Ele destacou que os rios estão a cada dia com as margens mais assoreadas, causando uma série de riscos para a trafegabilidade e subsistência de quem dele precisa. 
Gilson Vasconcelos destacou que o País vive uma crise hídrica justamente por conta da falta de ações para preservação dos rios.
O presidente do Crea-PI, Paulo Roberto, informou que a partir da expedição será produzido um relatório que será entregue aos órgãos competentes do Estado. 
Durante a vistoria, constatou-se a presença de uma grande quantidade de galerias despejando resíduos no rio. Segundo Paulo Roberto, é preciso que se faça um levantamento para apurar quais dessas galeiras são irregulares.
O prefeito Firmino Filho, que também participou da expedição, afirma que um dos grandes desafios de Teresina é o esgotamento sanitário. “Nós temos uma cidade com 83% da população sem esgotamento sanitário, e grande parte desses resíduos termina chegando às águas, principalmente ao Poti, porque é um rio com menos vazão”, afirma o prefeito.
Firmino Filho destacou a importância do papel da Agespisa na expansão da rede de esgoto da capital. De acordo com o prefeito, o relatório produzido pelo Crea será bem recebido pela Prefeitura, que utilizará o documento para buscar soluções que diminuam as agressões praticadas contra os rios.
“Não é que nós temos que resolver o problema da Agespisa, nós temos que resolver o problema de água e esgoto de Teresina. Nesse sentido, temos conversado com o Governo do Estado, que tem avaliado alternativas para encaminhar soluções”, falou o prefeito, acrescentando que há várias medidas que podem ser tomadas, mas é necessária escolher alguma mais viável.
Além de Firmino, outros gestores públicos participaram da expedição, que incluiu cerca de 30 embarcações, entre lanchas, barcos e jet skis.
Próximos eventos
No dia 23 de março, a partir das 8h30, no auditório do Crea-PI, acontecerá o Seminário “Engenharia e Desenvolvimento Sustentável”, iniciando o Ciclo de Debates sobre a Água. Já no dia 26, às 9h, na Assembleia Legislativa do Estado do Piauí, ocorrerá uma Audiência Pública sobre o Comitê de Bacias do Rio Parnaíba.

Fonte: portal o dia com informações Jornal O DIA