terça-feira, 12 de maio de 2015

Dois fingem ser menores para obter vantagens, mas acabam presos por estelionato

Dois fingem ser menores para obter vantagens, mas acabam presos por estelionato

Antes de vir para o Piauí, dupla teria aplicado golpes em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Pará, Ceará e Minas.


A Polícia Civil de Corrente efetuou a prisão de dois homens acusados de estelionato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. 
Segundo o delegado João Rodrigo, os dois suspeitos se declaravam menores de idade e pediam ajuda aos órgãos de assistência social dos municípios por onde passavam. "Eles diziam ser vítimas do tráfico de drogas no Estado do Rio de Janeiro, alegando que foram obrigados a fugir da capital carioca para não serem mortos. Inventavam estórias mirabolantes, chegando a dizer que haviam sido estuprados pelos próprios pais. Depois, pediam ajuda para os órgãos de assistência social, e com isso conseguiam alimentação, hospedagem, roupas e passagens de ônibus. Tudo de graça", detalha o delegado.
Antes de chegar a Correte, os dois suspeitos teriam recebido ajuda de órgãos de assistência social em Teresina e na cidade de Cristino Castro.
De acordo com João Rodrigo, que é titular da Delegacia Regional de Corrente, a dupla só foi desmascarada porque os funcionários do CRAS de Corrente desconfiaram da idade informada pelos suspeitos, pois nenhum deles parece ter menos de 18 anos. 
A partir dessa desconfiança, os funcionários encaminharam o caso para a promotora de Justiça de Corrente, Gilvânia Alves Viana, que, por sua vez, pediu auxílio ao delegado João Rodrigo.
Depois de entrar em contato com as Polícias do Rio de Janeiro e do Ceará, o delegado obteve as primeiras informações sobre os suspeitos. 
Durante dois dias de investigações, o delegado descobriu que eles já haviam aplicado o mesmo golpe em, pelo menos, outros seis Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Ceará e Goiás.
Eles diziam que eram irmãos gêmeos, e apresentavam identidades falsas com os nomes Thallison Gabriel Batista Mariano Silva e Thaylland Gabriel Batista Mariano Silva. Na realidade, os dois não são irmãos e foram identificados como Lenilson Barbosa Azevedo e Denis Santos Silva.
A farsa da dupla só foi completamente desmascarada quando o delegado regional de Corrente entrou em contato com um cartório do Rio de Janeiro, que confirmou a ilicitude dos documentos apresentados pelos suspeitos.
O delegado João Rodrigo afirma pediu a prisão preventiva dos suspeitos porque, mesmo após terem sido desmascarados, ambos continuaram a apresentar versões falaciosas. "Eles já estavam aplicando o golpe há cerca de um ano. Nesse período, conseguiram viajar grande parte do Brasil com passagens, hospedagem e alimentação, tudo por conta dos órgãos de assistência social. Como as estórias inventadas por eles eram bastante cabeludas, foi muito difícil decifrar toda a farsa. Por conta disso, tive que solicitar o envio de uma equipe do Instituto de Criminalística a Corrente, para que as impressões digitais dos dois sejam coletadas e eles possam ser identificados com mais segurança", detalha o delegado.
João Rodrigo reitera que os dois suspeitos serão indiciados por estelionato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Somadas, as penas para os três crimes chegam perto de dez anos de reclusão.

fonte portal o dia