“Sistema falhou”, diz Regina Miki sobre morte de adolescente no CEM
Wellington Dias diz que menores terão que responder por assassinato.
A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki (foto), se pronunciou a respeito do assassinato de Gleison Silva, de 17 anos, ocorrido na madrugada desta sexta-feira (17). Ele é um dos menores que participou do estupro coletivo contra quatro adolescentes em Castelo do Piauí, no dia 27 de maio, e foi morto pelo outro três envolvido no crime.
Segundo Regina Mikki, o houve falha no sistema. “Eles cometeram algo errado, mas não é justa a morte desse menino. O sistema falhou, mas a própria sociedade bate palma, quando deveríamos nos indignar”, destacou a secretária, que se diz contra a redução da maioridade penal. “Seria levar 70 mil jovens para um sistema carcerário que não recupera nem adultos, quiçá adolescentes”, disse ela.
Por outro lado, a secretária defende maior tempo de internação em alguns casos. “Sou a favor de medidas excepcionais para aqueles que cometem crimes hediondos. O Senado votou o aumento do tempo de internação, e tem pessoas que precisam mesmo de um cuidado maior por parte do Estado”, defendeu Regina Mikki, acrescentando que não aceita qualquer tipo de violência e que ninguém tem o direito de julgar a vítima e nem tirar a vida de outra pessoa.
Em Teresina, ela participa do evento que reúne todos os governadores do Nordeste e ministros da Previdência, da Justiça e da Ciência e Tecnologia.
Governador diz que menores terão que responder por assassinato
O Governador Wellington Dias (PT) lamentou a morte do adolescente e destacou que os outros três menores terão que responder pelo crime. “Nós pedimos uma investigação conjunta do poder executivo com o judiciário, do Ministério Público e da Defensoria. Mas com tudo que já foi verificado, os responsáveis são os mesmos que participaram do estupro”, disse o Governador.
Foto: Elias Fontinele/ODIA
Em nota, o governo do Estado alega que todos os procedimentos adotados pela Secretaria foram determinados pelos juízes da Infância e Juventude e pelo Ministério Público, sendo rigorosamente obedecidos. “A Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc) e a diretoria do Centro de Internação Masculino (CEM) disponibilizaram, desde o início do caso, com toda sua equipe envolvida, assistentes sociais e psicólogos para o acompanhamento diário das famílias e dos adolescentes”, diz a nota.
Cada um dos quatro menores envolvido no crime de estupro coletivo foi sentenciado por oito atos infracionais, sendo quatro estupros, três tentativas de homicídio e um homicídio. Agora, os outros três que participaram da morte de Gleison foram devolvidos para o Centro Educacional de Internação Provisória (Ceip) por ordem do Juiz Antônio Lopes e deverão passar por novo julgamento.