Idoso é dado como morto e tem aposentadoria suspensa em Teresina
Filha diz que já procurou diversos órgãos e instituições para provar que o pai está vivo, mas ainda não conseguiu que o benefício fosse reparado
O servidor público federal aposentado José Valter Mendes, de 74 anos, não recebe o benefício do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) há três meses, porque, de acordo com o órgão, ele está morto. Sua filha e cuidadora, Vanilza Mendes, de 41 anos, denunciou que já procurou diversos órgãos e instituições para provar que o pai está vivo, mas ainda não conseguiu que o benefício fosse reparado.
Segundo ela, o problema começou em fevereiro deste ano, após ela fazer o recadastramento do benefício do pai. Vanilza Mendes explica que recebeu a carta de renovação em sua residência, como ocorre todos os anos, preencheu, anexou os documentos necessários e encaminhou ao Ministério dos Transportes, em Brasília. Segundo a filha, a aposentadoria foi paga até o mês de maio.
“De uma forma inexplicável, em junho não tinha mais caído o dinheiro na conta do meu pai. O banco informou que ele estava dado como morto e o gerente do banco disse que tinha passado do prazo de recadastramento, mas isso não existe. Eu mostrei todos os documentos de que eu tinha feito tudo corretamente, como sempre faço todos os anos. Se eu não tivesse provas, eu não estaria aqui fazendo essa denúncia”, desabafa.
Inconformada, Vanilza Mendes chegou a procurar o Centro de Referência e Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa (CEVI), a Delegacia do Idoso, o banco onde o aposentando possui a conta e a Associação dos Servidores Federais (Dner-asdner). Nesta última, a cuidadora relatou que chegaram a lhe oferecer uma cesta básica e dinheiro para que ela pagasse a passagem para voltar para casa.
Foto: Jailson Soares/ ODIA
“Nós estamos completamente sem dinheiro, dependendo de doações e ajuda de vizinhos. Estamos sem ter o que comer, porque não temos de onde tirar dinheiro. O que a pessoa ganha deixando de repassar o dinheiro de um idoso e deixando ele sem comer? Eu faço o recadastramento do meu pai há anos e nunca houve erro”, afirma.
A filha de seu José Valter conta também que chegou a ir ao cartório para tirar a certidão de vida de seu pai e esta deve ficar pronta na próxima quarta-feira, vez que foi solicitada em caráter de urgência. Segundo ela, a antiga declaração apresentada no banco tem validade até 2017, mas Vanilza foi obrigada a solicitar uma nova devido ao problema.
De acordo com a filha, com a nova declaração e com o reenvio da documentação para o Ministério do Planejamento, a previsão é de que, daqui a dois meses, a situação do benefício de seu pai esteja regularizada. “Eu mandei a documentação em fevereiro e junho de novo, e, segundo meu irmão falou, meu pai deverá receber seu dinheiro em outubro. Eu acho que esse problema está no Ministério do Planejamento, em Brasília”, disse.
Resposta
A reportagem de ODIA entrou em contato com a assessoria de comunicação do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e informou que deve ter havido um erro no recadastramento, mas que a cuidadora Vanilza Mendes deve procurar a Previdência Social levando os documentos do beneficiário, juntamente com a declaração de vida, para que o benefício seja regularizado. Ainda de acordo com o INSS, com a reativação do benefício, o beneficiário receberá também os valores retroativos.