Inadimplência do Shopping da Cidade alcança os 40% no mês de Setembro
O não pagamento das mensalidades em atraso pode gerar o lacre do box.
Inaugurado há seis anos, o Shopping da Cidade trouxe melhores condições para os vendedores ambulantes do centro de Teresina. O espaço conta com 1.826 boxes e mais duas lojas, onde cada permissionário paga uma taxa mensal de condomínio entre R$ R$126,00 e R$152,00. Este mês de setembro a inadimplência alcançou 40%, o que vem preocupando a administração do shopping.
Gustavo de Carvalho, administrador do local, explica que o shopping se auto sustenta e por isso as cobranças estão sendo intensificadas, ele ressalta ainda que a inadimplência está preocupante.
“Fizemos um levantamento de inadimplência, foram lacrados oito boxes e devolvidos à prefeitura. A inadimplência do shopping durante o mês de setembro gira em torno de 40%, estamos fazendo a cobrança e aqueles que não comparecerem e não realizarem o pagamento estão suscetíveis a perca do espaço. Esse número é realmente muito preocupante, por isso mesmo intensificamos as cobranças. O permissionário terá condições flexíveis, poderão dar uma entrada de 30% do valor total da dívida e o restante podem parcelar em até 36 vezes. A partir de seis meses de atraso, ele é cabível a uma notificação, podendo gerar o lacre do box. Nosso interesse não é lacrar, é que eles permaneçam no shopping mas que paguem o condomínio rigorosamente em dias. Pois todas a manutenção do local é feita com esse recurso que é captado dos boxes”, explicou.
Gustavo de Carvalho, administrador do shopping.
Antônia Ferreira da Silva, é comerciante há 17 anos, ela conta que as vendas durante o mês de setembro foram fracas, mas diz que tenta sempre negociar com a clientela para poder vender sua mercadoria, “Já vim lá do calçadão para cá, as vendas agora estão ruins, principalmente, nesse mês de setembro foi horrível. Há uns dois meses atrás eu chegava a vender cerca de 40 bolsas por dia e hoje esse número caiu para 10. O pessoal está sem dinheiro mesmo, porque vem, param, olham, pegam mas sempre reclamam que está caro. Eu baixo o preço, faço qualquer negócio para o cliente levar o produto e assim todo dia eu consigo vender alguma coisa, pouco mas vendo. Esta é a minha única renda, é daqui que tiro o sustento da minha casa. Tem que lutar pra vender, ou vende ou não come”.
Antônia Ferreira da Silva.
Já para o permissionário Francisco dos Santos, as dificuldades para pagar a taxa mensal que é cobrada pelo uso do espaço já começam a aparecer. Ele reclama que a as vendas caíram 95%.
“Sou comerciante há 25 anos, comecei a trabalhar aos 8 anos com meu padrinho no Mercado Central. Hoje vendo confecção aqui no shopping e é a minha única renda para sustentar meus quatro filhos. As vendas do ano passado para cá já caíram 95%. Antigamente, por dia a gente vendia até R$300,00, agora passamos o dia todo e não vende nada, tem dia que vende R$20,00 ou R$30,00. Nem adianta fazer promoção, baixar preço, porque não tem niguém para comprar, o shopping está vazio. Acredito que isso seja pr conta da crise econômica que tomou de conta do país desde que a Dilma assumiu. Estou tendo dificuldades para pagar o aluguel aqui do box, pois as vendas estão muito ruins mesmo e a administração está cobrando direto. Não podemos deixar atrasar mais de cinco mensalidades senão nosso box é lacrado. Tá difícil pra gente”, reclamou.
Francisco dos Santos.