Estudante relata agressão por cobrador e motorista de ônibus em Teresina
Ele tentou mostrar que integração não funcionava e acabou sendo expulso do coletivo.
O estudante Bernardo Marçal, usou as redes sociais para mostrar sua revolta por conta de uma agressão sofrida em um ônibus que faz linha para a zona Norte de Teresina na noite de ontem (07). Ele conta que foi expulso pelo cobrador e motorista da linha Alto Alegre-Mocambinho (203) após tentar mostrar que o sistema de integração das passagens de ônibus não estava funcionando.
Em conversa com o Portal, Bernardo conta que pegou o primeiro ônibus, da linha Cidade Jardim, em frente ao Espaço Cidadão da Avenida João XXIII. “O carro tinha a faixa vermelha identificando como sendo um ônibus da zona Leste. Ao colocar o cartão na máquina, percebi que só havia um passe e o usei. Minha intenção era descer na Praça da Bandeira e usar a integração, mas o sistema não funcionou”, relata o estudante.
Ao descer na Praça da Bandeira, Centro de Teresina, ele disse que, em menos de meia hora, conseguiu pegar o outro ônibus com o qual integraria a primeira parte do percurso. A linha em questão, Alto Alegre-Mocambinho, é operada pela Empresa Piauiense que faz parte do Consórcio Poty, responsável pelos coletivos da zona Norte da Capital.
“Foi aí que tudo aconteceu. Eu entrei no ônibus, coloquei o cartão na máquina, e ao invés de integrar a passagem, ela simplesmente acusou que eu não tinha mais passe e o cobrador não liberou a catraca. A linha que eu peguei integrava com a da Cidade Jardim que eu havia pego antes e o sistema tinha que mostrar isso, não me impedir de passar como se eu estivesse tentando usar o cartão pela primeira vez”, dia Bernardo.
O estudante conta que, a partir deste momento, o cobrador começou a ameaça-lo mandando-o descer do ônibus, o que ele se recusou a fazer. “Um senhor ainda se ofereceu para pagar minha passagem, mas eu não aceitei, até porque tinha o valor na carteira, mas a questão não era essa. Não era ter ou não a passagem. Ela a integração que não funcionava e que me impedia de usar o sistema como ele deve ser usado na teoria. E fica só na teoria mesmo, porque na prática, nós somos enganados”, declara o estudante.
Bernardo conta que decidiu acatar o pedido do cobrador, mas antes de descer do ônibus, pegou o celular para registrar o momento e ter como provar para o Setut que a integração não funcionou como deveria. Neste momento, o cobrador lhe atingiu com alguns tapas no rosto mandando que ele parasse o que estava fazendo.
“Então eu decidi que não desceria não. Eram dos meus direitos que nós estávamos tratando e eu resolvi chamar a polícia. Agressão física e verbal, como ele fez, é crime. Liguei no 190 e o COPOM me pediu o número do ônibus para localizá-lo no meio do percurso”, conta Bernardo. O estudante disse que o motorista da linha se recusou a lhe passar o número e, que depois de fazer parte do percurso entre discussões e ameaças, parou próximo à Estação da Eletrobrás, no bairro Marquês e o retirou à força com a ajuda do cobrador.
O estudante relata que, do lado de fora do ônibus, ainda foi agredido com palavras e chutes pelos dois. Depois, motorista e cobrador retornaram para o carro e seguiram viagem. Bernardo conta que já conseguiu identificar o cobrador e o motorista da linha junto a outros funcionários da Viação Piauiense e que já procurou o 2º Distrito Policial para registrar o BO (foto ao lado) e pedir uma solicitação de exame de corpo de delito.
Na delegacia, ele foi informado de que a polícia iria procurar os representantes legais da empresa de ônibus de modo a conseguir as imagens das câmeras de segurança do carro que registraram todo o momento.
O Portal entrou em contato com a Viação Piauiense e foi informado de que a empresa já tem conhecimento do ocorrido e que está trabalhando para ajudar a resolver o impasse.
