Motoristas de ônibus param e ameaçam greve para segunda-feira
Diretor do Sintetro diz que SETUT não está cumprindo o reajuste de 12% acordado na última negociação.
Os motoristas de ônibus de Teresina iniciaram uma paralisação na tarde desta sexta-feira (19), em protesto ao não cumprimento do reajuste salarial de 12% acordado com os patrões para este ano.
A manifestação teve início na Praça da Bandeira, estendendo-se até a Avenida Frei Serafim, o que provocou uma lentidão no trânsito em várias vias no centro da cidade. Os passageiros que já faziam as viagem foram obrigados a descer dos coletivos.
A categoria ameaça deflagrar uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (22). O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Piauí (Sintetro) diz que os profissionais não estão recebendo o reajuste de 12% acordado com o Setut na última convenção.
Paralisação iniciou por volta das 13 horas (Fotos: Marcos Cunha / O Dia)
De acordo com o diretor do sindicato, Marcos César, a paralisação serve de alerta para a população. “O depósito foi feito hoje e veio com o valor antigo. O Setut alegou que a Prefeitura deixou de repassar o dinheiro que seria destinado para honrar o compromisso e, por isso, não tem condições de conceder o reajuste agora”, explica o diretor do Sintetro, Marcos César.
A assessoria de comunicação da PMT informou que a questão do repasse ainda está na justiça. Recentemente, o valor da passagem de ônibus teve que voltar a R$ 2,50 durante alguns dias. O impasse entre a prefeitura e o Setut é em relação ao Fundo de Transporte Municipal (Funtran).
Os empresários acreditam que as concessionárias de transporte coletivo devem recolher junto ao Funtran apenas o saldo de arrecadação tarifária, quando ele for maior que o necessário para a remuneração no período de apuração do Sistema de Transporte Coletivo. Já a Prefeitura alega que é obrigação das concessionárias o depósito no FUNTRAN de todos os valores provenientes da venda antecipada dos vales realizadas pelos usuários de transporte coletivo da Capital.
Paralisação deixou milhares de pessoas sem transporte na tarde desta sexta-feira (Foto: Jailson Soares / O DIA)
O presidente do Sintetro, Francisco das Chagas explica que o reajuste de 12% deveria ser concedido nos valores do tíquete alimentação pagos a cobradores, fiscais e motoristas, nos salários e no plano de saúde, no entanto ele foi concedido apenas no salário e no tíquete. “Era para o novo valor estar valendo a partir do dia primeiro deste mês, mas até o momento não tivemos resposta. Vamos fazer assembleia na segunda-feira e, caso não haja retorno, a greve começa no mesmo dia”, diz.
Alguns usuários de transporte público chegaram a discutir com os cobradores dos ônibus pedindo o valor da passagem de volta para poder completar o percurso. No entanto, os profissionais alegam que nenhuma quantia será retirada do caixa do veículo. Os cobradores dizem que se algum usuário quiser ressarcimento pela passagem paga hoje (19), terá que procurar diretamente a garagem da empresa.
Ônibus parados também atrapalharam o tráfego dos demais veículos (Foto: Marcos Cunha / O DIA)
A prefeitura informou que, caso os trabalhadores decidam fazer greve, terão que avisar com 48 horas de antecedência, prazo determinado por lei. Esse tempo será útil para cadastrar veículos alternativos que operem no sistema nos dias de greve.
O PortalODIA procurou representantes do Setut para se pronunciar sobre o caso, mas ninguém foi encontrado.
Usuários tiveram que esperar fim do protesto dos motoristas para se deslocarem até seus destinos (Foto: Jailson Soares / O DIA)