quarta-feira, 2 de março de 2016

Presos simulam doença para buscar encomenda em hospital

Presos simulam doença para buscar encomenda em hospital

Os dois presos podem ter sido contratados para buscar o material por outro detento de alto poder aquisitivo.


Na noite desta terça-feira (01) dois presos simularam estar passando mal dentro de uma das celas da Casa de Custódia. O objetivo era sair do presídio e irem até o Hospital do bairro Promorar, na zona Sul, para buscar uma encomenda com 87 baterias, 2 celulares e 3 fones de ouvidos.
Por volta das 21h30, os presos do pavilhão B começaram a bater nas grades das celas, chamando a atenção dos agentes para dois detentos que estariam passando mal e precisando de ajuda médica. Ao serem levados para o hospital, José Aidan e Deurico Monteiros passaram pelo atendimento e retornaram ao presídio.
“Geralmente, eles mordem os lábios ou a língua para dizerem que estão vomitando sangue, ou tomam alguma medicação que faz espumar a boca.  Os presos foram levados para o hospital e, como são poucos agentes para fazer a escolta, alguém deve ter jogado esse material dentro da viatura quando ela estava estacionada”, informou Kleiton Holanda, vice-presidente do Sinpoljuspi.
Apenas dois agentes fizeram o acompanhamento dos presos até o hospital. As penitenciárias do Piauí não possuem médicos e nem enfermeiros de plantão. Com isso, os agentes precisam deslocar os detentos com qualquer sintoma de doença para, se for contagiosa, não transmitir aos demais. “Eles planejam tudo antecipadamente com as visitas. Eles arriscam fazer isso mesmo sabendo que há vistoria”, diz o vice-presidente.
Fotos: Divulgação
Os agentes acreditam ainda que os dois presos tenham sido contratados para buscar estes materiais por outro detento de alto poder aquisitivo. Em seguida, esse material seria distribuído entre eles, inclusive com detentos de outros pavilhões. A grande quantidade de bateria se justifica pelo fato do acessório ser descartado ao ser usado. “Eles não tem como carregar essas baterias, então eles usam e depois jogam foram. Por isso, precisam do material e tentam consegui-los com as visitas”, explicou Kleiton Holanda.
José Aidan e Deurico Monteiro ficarão 10 dias na cela de isolamento para investigações. Após o inquérito disciplinar interno, eles podem perder o direito de banho de sol e de receber visitas por 30 dias. 

fonte portal o dia