quarta-feira, 18 de maio de 2016

Polícia impede professores acampados na ALEPI de comer


Polícia impede professores acampados na ALEPI de comer

Professores estão há 30 dias em greve e propostas do governo ainda não foram aceitas

Cerca de 150 pessoas entre professores alunos da Universidade Estadual do Piauí seguem acampados desde o início da manhã desta quarta-feira (18/06) no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Eles tentam chamar a atenção do governo após 30 dias de paralisação em todo estado e sem uma proposta que leve ao fim do movimento.
O grupo tenta agora acionar a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Piauí, para garantir pelo menos o direito de receber alimentação, o que vem sendo impedido pela polícia militar.
Segundo o professor Daniel Solon, no início da tarde o grupo foi impedido de receber almoço dentro da Assembleia. Nesta tarde eles conseguiram passar bolachas e servir-se de água com canudos através das frestas do vitral do prédio, mas foram impedidos com a ação da PM. “A única forma de comunicação nossa para receber comida está agora bloqueada pela polícia. Estamos isolados e com muito calor”, relata.
Fotos enviadas via WhatsApp
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Segundo o professor, o governo “não negocia com seriedade” e não tem recebido o grupo para negociações efetivas. A última proposta encaminhada pelo governador Wellington Dias foi repassada, de acordo com Daniel Solon, para o e-mail do reitor da Uespi, e só então encaminhado aos professores.
“Era um e-mail de texto truncado, com falhas. E a resposta é de não ter concurso, não pagar as promoções e progressões, quer colocar congelamento salarial. Não aceita as negociações e nem atende as pautas dos estudantes. Nenhum campi da Uespi tem restaurante universitário, há alunos com bolsas atrasadas há 3 meses, técnicos que recebem menos que o mínimo”, relata o professor.
A audiência realizada hoje cedo na Alepi acabou sem concesso. Nesta tarde, na página da Associação de Docentes da Uespi, foi publicada uma relação da contraproposta elaborada.
- Progressões e promoções: a proposta é de pagamento imediato admitindo a possibilidade de parcelamento do retroativo;
- Formar uma comissão composta pelos poderes executivo, legislativo, reitoria e representantes de professores, técnicos e estudantes para discutir a autonomia da universidade;
- Lançamento do edital para o concurso de professores e técnicos ainda neste semestre para a contratação no ano de 2017;
- Chamada imediata dos classificados do último concurso;
- Envio imediato da lei de alteração do plano de cargos, carreiras e salários dos técnicos com tabela alternativa que foi construída, que tem base na realidade das universidades estaduais do nordeste;
- Fazer no prazo de uma semana um plano de aplicação para os 25 milhões de reais do empréstimo do governo do Estado;
- Reajuste salarial: reivindicação 25% para os professores e 33,36% para os técnicos, no caso de não ser admitida a tabela, sendo admitida, o índice cai para 15,26%.
Professores, estudantes e técnicos buscaram diálogo com a Alepi irredutível, Karnak, mas não houve manifestação.
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fonte 180graus.com