Wellington trata de obras nas adutoras do Garrincho e Lagoa do Barro
Obras nas adutoras do Garrincho e Lagoa do Barro têm recursos federais assegurados e vão beneficiar mais de 40 mil piauienses
Audiência Codevasf (Foto:Doroty Amaral)
Ações que visam garantir o acesso à água para municípios do Piauí foram o assunto principal de reunião entre a presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Kênia Marcelino, e o governador do Piauí, Wellington Dias, na sede da empresa em Brasília (DF), nesta quarta-feira (23).
Na pauta, foram tratadas questões relativas a ampliação da capacidade de abastecimento do Sistema Adutora do Garrincho, no sul do estado, e o reinício da execução da adutora em Lagoa do Barro do Piauí que serão executadas pela Codevasf, além de outros investimentos da Companhia no estado, como Projeto de Irrigação Comunitária de Marrecas, em São João do Piauí, e outras obras de reforço hídrico.
A reunião contou com a presença do secretário de Defesa Civil do Piauí, Hélio Isaías; do deputado federal piauiense Marcelo Castro e dos diretores da Codevasf Inaldo Guerra, da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas; Luís Napoleão, da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação; Marco Aurélio Diniz, da Área de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura e do assessor da Presidência, Guilherme Almeida.
Ao final do encontro, o governador Wellington Dias falou da satisfação em discutir essas ações. “Tratamos de questões relativas à emergência no estado devido aos seis anos de seca que estamos atravessando. Saio satisfeito da reunião, pois buscamos também soluções para projetos que estão prestes a serem concluídos”, enfatizou.
Reforço hídrico
A ampliação da capacidade de abastecimento do Sistema Adutora do Garrincho, que atende São Raimundo Nonato e outros oito municípios da região, irá beneficiar cerca de 36 mil pessoas que sofrem com a estiagem prolongada no sul do Piauí. O investimento é da ordem de R$ 12,5 milhões e foi liberado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional.
Serão atendidos os municípios que compõem o chamado Território Serra da Capivara que são abastecidos pelo Sistema Adutora do Garrincho: São Raimundo Nonato, Coronel José Dias, São Lourenço do Piauí, Bonfim do Piauí, Várzea Branca, Anísio de Abreu, São Braz do Piauí, Dirceu Arcoverde e Jurema do Piauí.
Já a construção de uma adutora no município de Lagoa do Barro do Piauí – recentemente autorizada pela Codevasf - vai garantir o acesso à água tratada e de qualidade para consumo humano a aproximadamente 4,5 mil pessoas. Os recursos são da ordem de R$ 4,9 milhões.
As obras incluem a construção do sistema adutor, compreendendo os serviços de captação, adução, construção de estação de tratamento de água, reservatório elevado e adequação da rede de energia elétrica. O sistema também prevê a construção de cerca de 22,7 mil metros de extensão de adutora, que vai disponibilizar em torno de 300 mil litros de água tratada por dia para os habitantes.
Na avaliação de Inaldo Guerra, a reunião foi bastante produtiva. “Aproveitamos para tratar não apenas de obras novas, mas também abordamos outros investimentos da Codevasf no Piauí que deverão ser retomados pela empresa”, afirmou o diretor.
Além de obras de reforço hídrico, a reunião também tratou de investimentos no Projeto de Irrigação Comunitária de Marrecas - uma espécie de piloto do projeto de irrigação, no qual estão sendo investidos, por meio da Codevasf, recursos federais da ordem de R$ 51 milhões direcionados para a construção de infraestruturas de uso comum como estações de bombeamento, reservatórios, rede de distribuição de energia, canais e rede de distribuição de água para os lotes irrigados.
O projeto de irrigação levará água do rio Piauí, a partir da barragem Jenipapo, aos lotes familiares, com vazão de 1,23m³/s. Ao todo, o projeto deverá beneficiar a população de outros 12 municípios do entorno: Simplício Mendes, Dom Inocêncio, Campo Alegre do Fidalgo, Coronel José Dias, Socorro do Piauí, Ribeiro do Piauí, Nova Santa Rita, Paes Landim, Capitão Gervásio, Bela Vista, Pajeú do Piauí e João Costa.
Defesa Civil
O Piauí, assim como os demais estados do Nordeste, vem atravessando uma prolongada seca desde o ano de 2011, traduzida por índices pluviométricos muito abaixo da média histórica pelo quinto ano consecutivo, o que tem comprometido a recarga dos mananciais hídricos, em especial aquelas que dependem de águas armazenadas nos reservatórios.
“O Piauí vive uma dificuldade muito grande, pois só tivemos chuva no estado até 26 de janeiro. De lá pra cá as chuvas foram bastante reduzidas prejudicando o abastecimento em zonas rural e urbana em diversos municípios”, afirma o secretário de Defesa Civil do Piauí, Hélio Isaías.
Além disso, a falta de chuva também afeta a produção agrícola. Segundo Hélio Isaías, a estimativa é de que em 2016 a perda da produção chegue a 62% somente na região do Cerrado, no sul do estado.