PF entra em estado de greve e ameaça entregar armas se reforma da Previdência for aprovada
Sindicalista criticou ainda a decisão do STF de proibir greve de policiais
A Polícia Federal decidiu em assembleia nacional na última quarta-feira (05), paralisar atividades e entregar suas armas em protesto a Proposta de Emenda Constitucional 287, que trata da Reforma da Previdência. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Piauí, Luís Alberto, a categoria entrou em estado de greve e deve entregar as armas em um protesto marcado para o dia 18 de abril.
Para a categoria, o ato é uma forma de pressionar o presidente Michel Temer e o Congresso a manter a aposentadoria especial para profissões de risco, como policiais. Se a proposta for aprovada, os policiais não terão mais direito se aposentar com 30 anos (homens) e 25 anos (mulheres) e passarão a ser incluídos como a maioria dos profissionais com aposentadoria aos 65 anos de idade e pelo menos 25 anos de contribuição.
O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Piauí, Luís Alberto, afirmou ao Portal AZ que a decisão foi tomada através da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) na última quarta-feira.
“Nós vamos seguir os procedimentos que acontece no Brasil inteiro. A entrega das armas vai depender da leitura do Rodrigo Maia. Se essa proposta permanecer, nós vamos entra em estado de alerta e entregar as armas”, disse.
Ainda segundo Luís Alberto, a entrega do armamento está marcada para acontecer em todo Brasil no dia 18 deste mês. “Estamos planejando um ato em frente à Superintendência que será a entrega de armas marcada para o dia 18. Mas pode ser que haja uma alteração no cronograma. A partir de hoje estamos em estado de greve”, ressaltou.
O Supremo Tribunal Federal tornou na última quarta-feira que qualquer forma de paralisação da categoria seja inconstitucional por entender que a profissão é essencial para a segurança da população. Para Luís Alberto, a proibição é contraditória.
“O STF nos proibiu de entrar em greve porque eles entendem que a nossa carreira requer uma jornada diferenciada por ser essencial para a população brasileira. Ora, se a nossa categoria é considerada diferenciada, porque a nossa aposentadoria não pode ser especial? Sabemos que é profissão de um policial é altamente perigosa e estressante. Então nosso departamento jurídico já está analisando as especificações dessa proibição e por enquanto estamos procurando outros meios de agir. Nós não estamos em greve, nos estamos em estado de greve”, finalizou.