OPERAÇÃO VERDADES: Empresário confessou envolvimento com menino de onze anos, diz delegado
O delegado regional da Polícia Civil de Picos, Jonatas Brasil, falou na manhã desta quinta-feira (22) sobre a “Operação Verdades”, deflagrada no fim da manhã de ontem, e revelou detalhes sobre investigação de um promotor de eventos suspeito de pedofilia e de exploração sexual de crianças e adolescentes. O delegado confirmou que o empresário confessou envolvimento com um menino de onze anos e que estaria em posse de imagens nuas do menor.
“Nós tínhamos informes de que este investigado estaria assediando menores de idade, menores do sexo masculino, bem como aliciando menores do sexo feminino para manterem relações sexuais com homens maiores de idade. A partir daí foi iniciada a investigação, nós conseguimos provas de que realmente esse investigado assediou um menor, uma criança de onze anos, para fim de com ele manter relação sexual”, explica.
Ainda de acordo com o delegado, foram encontradas imagens intimas do menor com o empresário. “Conseguimos provas de que ele solicitou e o menor enviou para ele fotos do seu órgão genital em posições indicadas pelo próprio investigado. Ele que dizia como é que deveriam ser feitas essas fotos”, detalha.
PRISÃO
Jonatas Brasil ainda explica porque apesar das provas encontradas o suspeito foi ouvido e liberado. “O investigado foi ouvido na delegacia e no seu interrogatório ele confessou os fatos relatados. Nós havíamos representado pela prisão preventiva e pela expedição de mandado de busca e apreensão. O juiz concedeu apenas os mandados de busca e apreensão, entendeu por bem que não era o momento de expedir a prisão preventiva dele, o que é absolutamente normal, porque no entendimento dele não haviam ainda elementos suficientes. Nós vamos continuar a investigação e posteriormente veremos quais medidas serão tomadas”, destaca o delegado.
O aparelho celular apreendido será periciado e com a divulgação do laudo a polícia deve averiguar se há novos elementos na investigação, como o cometimento de outros crimes e outras possíveis vítimas.
CONFISSÃO
Durante o depoimento, o empresário investigado declarou como sede de sua empresa um estúdio fotográfico sediado em Picos. “Nós constatamos no local que a empresa não é dele. É uma empresa terceirizada que era utilizada para os trabalhos fotográficos do investigado. Os donos dessa empresa não estão sendo investigados”, frisa Jonatas Brasil.
OUTROS ENVOLVIDOS
O delegado não descartou o envolvimento de outras pessoas com o crime. “Nós temos provas por enquanto apenas do envolvimento deste investigado, mas há indícios de que outras pessoas ligadas a este investigado trabalham, se é que se possa dizer que isso é trabalho, com a exploração sexual de mulheres aqui na cidade de Picos”, explica o delegado.
NOMES ENVOLVIDOS
Jonatas Brasil ainda falou sobre o sigilo em torno do nome do empresário investigado. “Nós estamos apenas no início da investigação. A divulgação de nomes do investigado e da empresa atrapalhariam sobremaneira a investigação, então entendemos por bem que não é momento ainda. A população pode ficar tranquila que assim que tivermos mais elementos, colhermos mais provas, os nomes serão divulgados”.
CONSELHO TUTELAR
O presidente do Conselho Tutelar de Picos, Raimundo Nonato Santos, comentou a prisão do promotor de eventos e afirmou que o órgão de proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes já havia recebido denúncias envolvendo o suspeito. “A gente já tinha recebido outras denúncias, mas não tivemos como atuar, como fazer nada, porque sempre foram denúncias anônimas e quando a gente no local não encontrava nada”, diz o conselheiro.