domingo, 11 de junho de 2017

Pequenos negócios no Piauí geram oportunidades apesar da crise

Pequenos negócios no Piauí geram oportunidades apesar da crise

Nos últimos anos, pequenas empresas estão fomentando negócios e promovendo oportunidades no Estado

Grande parte das empresas no Brasil está passando por dificuldades financeiras, deixando de contratar funcionários e reduzindo custos. No entanto, os pequenos negócios estão criando oportunidades diante da crise, traçando estratégias, gerando empregos e, acima de tudo, fazendo a diferença no mercado.
Gabriel Feitas
Gabriel Feitas
Gabriel Freitas é um exemplo de piauiense que acreditou em seu sonho e investiu nele. Freitas é proprietário de uma agência digital, onde desenvolve sites, sistemas e aplicativos, além de dar capacitação em T.I (Tecnologia da Informação). “Quem é empreendedor não se contenta somente com um projeto. Tenho muitos projetos em mente”, disse.
O empresário também destaca o aplicativo que foi desenvolvido por sua agência, o Captei (ferramenta de clipping web e monitoramento de imagem que dá auxílio aos assessores de comunicação). A ferramenta foi vencedora da eliminatória regional do Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas do Piauí (Sebrae-PI), que foi ingresso para o evento Rio Info 2015 (principal evento dedicado à Tecnologia da Informação). “O Sebrae apoia a gente desde a concepção ao amadurecimento do negócio. Além de incentivar participações em eventos e premiações”, acrescentou.
Para Freitas, montar um negócio no Brasil já é difícil por causa da burocracia, enquanto no Piauí, é ainda mais complicado. “As grandes empresas daqui não prezam por negócios e ideias locais. Mas apesar disso, a crise tem dado mais oportunidades aos pequenos negócios do que para os grandes. Pois, é justamente na crise, que as pessoas conseguem sair do comodismo e criar novos negócios, principalmente os microempresários”.

Pequenos negócios. Grandes oportunidades

Nos últimos dez anos, foram gerados mais de 10 milhões de empregos no Brasil, através das micro e pequenas empresas. Enquanto que as médias e as grandes enfrentaram maiores dificuldades com a crise econômica e fecharam mais de 963 mil vagas de emprego. No Piauí, as pequenas estão criando oportunidades diante da crise, traçando estratégias, gerando empregos e, acima de tudo, fazendo a diferença no mercado.
Evandro Cosme
Evandro Cosme
De acordo com o novo presidente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas do Piauí (Sebrae-PI), Evandro Cosme, a maioria das empresas no Estado é do setor de comércio varejista e serviços, com destaque para o segmento de vestuário. As micro e pequenas representam mais de 90% do total de empreendimentos ativos instalados.
“O nosso principal escritório é em Teresina. Mas as cadeias produtivas são muitas. A gente tem trabalhado, por exemplo, o Mel em Picos, que por sinal é um excelente produto e de ótima qualidade. O produto deu tão certo que tem gerado lucro. Já no Grande Lago da Barragem de Boa Esperança, estão tirando 500 toneladas de peixes, por mês. O Sebrae atua desde o início do projeto, quanto à sensibilização dos espelhos d’água no Piauí junto ao Governo do Estado, buscando assim empreendedores em outras praças do Brasil”, destacou. 
Nos últimos anos, mais de 50% das novas empresas foram constituídas em Teresina, segundo a Junta Comercial do Estado do Piauí (Jucepi). Enquanto no interior do Estado, os municípios que mais se destacaram em 2016, foram: Parnaíba, Picos, Floriano e Piripiri. Evandro ressalta que no interior do Estado, o Sebrae tem atuado juntamente com as prefeituras, desde programas de compras governamentais, onde prestigia pequenos e micro empresários. Exemplos disso foram a Rota das Emoções e o Festival de Inverno de Pedro II.

Protagonismo juvenil

Ser dono do próprio negócio, ganhar dinheiro e conquistar a independência. Estes são alguns dos planos almejados por muitos jovens piauienses que representam mais da metade dos microempreendedores no Estado. Apesar de ter 25 anos, o administrador João Batista Cronemberger vem conquistando cada vez mais o mercado piauiense com a comercialização de brownies.
Os três jovens abriram o próprio negócio
Os três jovens abriram o próprio negócio
O jovem que iniciou vendendo o doce, “de sala em sala”, na faculdade, hoje já distribui o produto em mais de 80 pontos em Teresina. “Antes de começar a vender o produto, eu cursava Direito. Mas vi que não era a minha área. Foi então que mudei para o curso de Administração. E logo no começo da graduação, pensei em abrir uma empresa. Foi quando conheci e experimentei um brownie e vi a chance de montar meu próprio negócio, o Brownie Rei”, contou Cronemberger. Mas antes de começar a empreender com o brownie, o jovem achava que o doce era apenas um bolo de chocolate. Para conhecer melhor o produto, Cronemberger decidiu pesquisar na internet receitas e o significado do nome do doce. Além disso, ofereceu nas duas primeiras vezes o produto de graça para os alunos e professores da faculdade, para que assim eles opinassem e avaliassem a qualidade.
Hoje, o jovem empresário tem o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e vende brownies de chocolate e doces alfajor para restaurantes, instituições de ensino, padarias, lanchonetes, entre outros estabelecimentos. “O segredo é persistir, pois pessoas vão querer lhe colocar pra baixo e não vão acreditar em você. Mas se você acredita em seu negócio, é bom você ir até o final. Lembre-se que a persistência é uma das principais características dos jovens empreendedores”.
Assim como Cronemberger, os jovens Cayo de Carvalho Costa, 25 anos; Mauro Roberto, 28 anos e Alexandre Magno, 25 anos, decidiram montar o próprio negócio, a hamburgueria Cabeça de Javali, localizada em frente a uma faculdade local. “Nunca fui focado em uma coisa só. Pois se dizem que você tem uma única vocação e só deve seguir só ela, isso é ‘balela’. Você tem que fazer aquilo que lhe dar prazer. E que lhe traz algum retorno”, afirmou Cayo, que ainda canta nas noites de Teresina.
O jovem que é formado em Engenharia Civil, narra que se juntou com seus outros sócios, Mauro e Alexandre, para trabalhar com aquilo que mais amam: cozinhar. “Os outros dois se juntaram há um tempo atrás e tiveram a ideia de entregar pizzas em casas. Depois, eles me chamaram para montar um negócio. Foi aí que não pensei duas vezes. Até porque na época já estava me formando e sempre quis trabalhar com isso mesmo”, disse.
Cayo ressaltou que desde o início do negócio contou com apoio de amigos e profissionais da área de administração. E que hoje, o seu maior lucro é a satisfação dos clientes. “O nosso maior lucro é quando o cliente pega o hambúrguer, morde e sorrir. E conversa com quem tá na mesa, exalta a comida e depois volta a falar com a gente e diz: ‘o hambúrguer de vocês é muito bom ou o melhor de Teresina”. Isso pra gente é uma grande recompensa”, declarou.
E os três jovens não param, eles já pretendem lançar novidades em breve para os clientes. “A nossa carta de hambúrgueres está passando por uma fase de reformulação. Até a semana que vem, iremos lançar dois hambúrgueres novos. E também, uns limitados, como uns comemorativos ou de edições especiais. E no início do outro mês, iremos lançar um que é maravilhoso, que já estamos desenvolvendo em nosso laboratório”, revelou.
No futuro, o jovem acrescenta que eles pretendem investir em milk-shakes e sobremesas mais elaboradas. “Mas enquanto a gente não tem estrutura apta, iremos continuar investido no que fazemos de melhor. Pois, a gente ama trabalhar com comida e proporcionar essa experiência gustativa aos clientes. Os resultados e os feedbacks que estamos tendo são bem satisfatórios. E estamos muito felizes e bastante contentes com tudo isso”.

Formação empresarial

O Sebrae também disponibiliza em seu site cursos gratuitos para vários perfis de empreendedores. Basta acessar o link: www.ead.sebrae.com.br e escolher uma das categorias de cursos oferecidas. Dentre elas: Oportunidades e visão de negócios; Negociação; Torne-se um líder; Sou um Microempreendedor Individual; Tenho uma Microempresa e Tenho uma empresa de pequeno porte.
De acordo com o presidente do Sebrae-PI, Evandro Cosme, a entidade disponibiliza vários cursos para os pequenos empresários. “Temos vários programas e cadeias produtivas que a gente trabalha. Destaco dois programas que estão em evidência: o Ali (Agentes locais de inovação) é um programa que propicia as empresas, uma imersão de quase dois anos. Nele, examinamos todo o processo lógico e todo o processo criativo e passa uma consultoria intensiva durante esse período para aprimorar e melhorar sistemas. Temos ainda o programa “Negócio a Negócio”, que dura três horas e que presta consultoria. Além disso, há outros programas inovadores e interessantes para quem tem ou quer criar o próprio negócio”, finalizou.

Empresas no Piauí

Em 2016, a JUCEPI registrou a constituição de 13.762 empresas no estado do Piauí. No período de 01 de janeiro a 31 de Maio de 2017, foram registrados na Junta: 7.786 novos negócios. No Estado, as cidades com maior crescimento empresarial foram:
1. Teresina   
2. Parnaíba                                                                                                                                        
3. Picos                       
4. Floriano 
5. Piripiri

fonte www.portalaz.com.br