Sem resposta do governo, bombeiros e policiais militares ameaçam paralisar atividades
A categoria cobra a implementação de uma política de reajuste salarial com recomposição das perdas inflacionárias
Associações da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militares do Piauí realizam na próxima terça-feira (20/03) uma assembleia geral, onde a categoria irá discutir as estratégias de enfretamento ao governo do estado. A categoria cobra a implementação de uma política de reajuste salarial com recomposição das perdas inflacionárias (2015 e 2017, lembrando que o governo só pagou atrasado a de 2016, com 6,29%).
De acordo com a categoria há três anos os militares não recebem aumento e o governo não abriu nenhum canal de negociação. Assim, as associações cobram que o governo assine a proposta elaborada em janeiro de 2018 pelas associações. A proposta é representada por uma planilha onde o reajuste ocorrerá no triênio 2018-2019-2020.
Na manhã desta quarta-feira (14/03), as associações unidas, participaram de uma reunião no gabinete do deputado estadual Luciano Nunes com a presença do deputado Firmino Paulo e do deputado Rubem Martins solicitando apoio em relação ao pedido de reajuste salarial e de melhorias estruturais e de pessoal dos militares.
“Recebemos aqui os representantes das associações militares e as demandas são muitas e a principalmente é o reajuste salarial, o atual governo não dá reajuste salarial desde 2015 e reposição da inflação não foi dada e no final de 2016 o governo se comprometeu e abriu uma negociação. Mas desde 2017, a categoria não tem sido recebida pelos comandos ou secretários, então mostraram aqui 40 ofícios que foram encaminhados ao governo sem nenhuma resposta e o encaminhamento principal é uma audiência pública, que já foi aprovada no plenário da Casa para que ela seja realizada”, afirma deputado Luciano Nunes.
O capitão Anderson, presidente Associação dos Bombeiros e Policiais Militares do Estado do Piauí (ABMEPI), afirma que a procura pela oposição foi feita em virtude do governo não ter se manifestado nos últimos três anos com a concessão de reajustes para a categoria.
“Estamos buscando uma manifestação de apoio dos deputados estaduais de oposição da Assembleia. As associações já estão há pelo menos três anos tentando construir um canal de diálogo com o executivo estadual no entanto, o governador Wellington Dias tem adiantado de todas as formas e impedindo qualquer forma de negociação nos últimos três anos, onde a classe militar tem sofrido com a ausência com a política de reajuste salarial que dignifique o militar e valorize. Então a partir dessa manifestação nós queremos fazer uma discussão através de uma audiência pública que será marcada nos próximos dias”, afirma Capitão Anderson, presidente da ABMEPI.
De acordo com o vereador R. Silva, que também participou da reunião, foi discutido ainda o reajuste salarial dos militares, que há três anos não recebem aumento, além de dados e depoimentos que foram apresentados sobre a falta de profissionais nas corporações e as dificuldades estruturais.
“Nós fizemos uma exposição de motivos, discutimos uma pauta de reajuste salarial para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Mostramos documentos comprovando que nós temos uma defasagem salarial de mais de três anos e informamos que o governador e o secretário de Fazenda e Administração interromperam o canal de negociação. Por isso nós recorremos aos deputados da oposição para que possam nos ajudar. Foi a maneira que encontramos para que o governador receba a categoria e conceda o reajuste”, declarou o vereador.
O encaminhamento principal foi uma audiência pública que será marcada para os próximos dias com o intuito de tratar da urgência do governo dá iniciativa no projeto de lei que regulamenta o subsídio dos militares.