quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Segunda Delegacia de Timon Enfrenta Crise de Efetivo e Estrutura: Situação Prejudica Segurança na Cidade

 

Imagem da segunda DP de Timon 


A cidade de Timon, no Maranhão, a terceira maior do estado, enfrenta uma grave crise na área de segurança pública, marcada por uma preocupante escassez de agentes e investigadores na 2ª Delegacia de Polícia Civil, responsável por uma vasta área de atuação. Segundo apuração do Piauí de Ponta a Ponta, a unidade policial conta com apenas três investigadores, número insuficiente para atender a grande demanda de ocorrências que surgem diariamente na região.


O baixo efetivo não é o único problema. A delegacia também enfrenta dificuldades com a falta de estrutura física e de recursos materiais. De acordo com informações obtidas pela reportagem, a unidade está sem viatura policial, uma vez que o único veículo disponível encontra-se quebrado e sem previsão de manutenção. A situação torna-se ainda mais alarmante quando se considera a importância de uma resposta rápida e eficiente no combate ao crime em uma cidade que continua em expansão populacional e territorial.

Imagem da torre de rádio da delegacia 


"É lamentável que a cidade de Timon, uma das mais importantes do Maranhão, viva uma crise na segurança pública por falta de estrutura, tanto física quanto humana. Além disso, os policiais enfrentam um cenário de salários baixos e condições de trabalho precárias", relata um agente da 2ª Delegacia que preferiu não se identificar.


A crise na segurança também impacta a percepção de segurança da população. No último dia 18 de setembro, o jornalista e motorista por aplicativo Melquiades Sobrinho teve sua motocicleta roubada durante uma corrida no bairro Miguel Arrais, área de atuação da 2ª Delegacia. Até o momento, a motocicleta não foi recuperada. Segundo o delegado responsável, Dr. Cláudio, as investigações continuam ativas e os policiais aguardam a aprovação do judiciário para realizar buscas em locais suspeitos. "Estamos representando judicialmente e agora cabe ao judiciário aceitar ou não nossos pedidos de busca e apreensão", afirmou o delegado.


Além dos problemas na estrutura policial, a morosidade do judiciário local agrava a sensação de insegurança. Muitas vezes, pedidos importantes feitos pela autoridade policial são negados por juízes da comarca de Timon, o que impede ações mais efetivas contra a criminalidade. "Temos que conviver com um sistema que leva anos para julgar causas, e, em muitos casos, não há cobrança da Corregedoria Geral de Justiça do Maranhão sobre a atuação dos magistrados", destaca um servidor da delegacia.


Em meio a esse cenário, há ainda uma denúncia anônima que sugere que um juiz da comarca estaria criando obstáculos para a aprovação de pedidos da polícia. O Piauí de Ponta a Ponta está provocando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que averigue a situação, buscando transparência e agilidade nos processos que envolvem a segurança pública da cidade.


Diante dessa situação, é urgente que o Ministério Público do Estado do Maranhão intervenha e cobre do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública, melhorias na estrutura oferecida à polícia de Timon. A população não pode continuar refém de uma estrutura deficitária, que limita a ação policial e contribui para a perpetuação da criminalidade. A segurança dos cidadãos de Timon deve ser tratada como prioridade pelas autoridades competentes, para que casos como o de Melquiades Sobrinho sejam resolvidos de forma rápida e eficaz, e a cidade possa, enfim, recuperar a tranquilidade que merece.