A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), eleita em 2024 para a Câmara Municipal de Teresina, encontra-se no centro de uma investigação policial que apura suspeitas de financiamento ilícito de campanha e ligações com a facção criminosa Bonde dos 40. A parlamentar foi presa pela Polícia Federal na quinta-feira (03/04), durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, e afastada do cargo pela Justiça Eleitoral.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Medeiros declarou ter recebido R$ 38.881,00 em doações para sua campanha, sendo a maior parte proveniente de pessoas físicas. Curiosamente, R$ 12.790,00 foram doados pela própria vereadora, e R$ 12.173,00 pela sua mãe, a empresária Maria Odélia Medeiros. Em contrapartida, as despesas de campanha declaradas somaram R$ 12.100,00, englobando gastos com gráficas e serviços de contabilidade. No entanto, ao registrar sua candidatura, Medeiros declarou não possuir patrimônio.
As suspeitas da Polícia Federal apontam para um esquema de financiamento ilícito, com recursos provenientes da facção criminosa Bonde dos 40 e de desvio de verba pública destinada a uma instituição não governamental. O namorado da vereadora, Alandilson Cardoso Passos, também preso na operação, é apontado como um dos principais articuladores financeiros do grupo criminoso.
O caso ganha contornos ainda mais complexos com o histórico político recente de Medeiros. Eleita com 2.925 votos, a vereadora já havia sido afastada da função de secretária-geral do PSB em março de 2025, por decisão do então presidente municipal da sigla, Washington Bonfim, que justificou a medida com base nas investigações da Polícia Federal.
A defesa de Tatiana Medeiros, representada pelos advogados Edson Araújo e Dellano Sousa, contesta a prisão da vereadora, classificando-a como arbitrária e injusta. Eles alegam não terem tido acesso aos autos do inquérito policial e afirmam que Tatiana Medeiros se declara inocente. Os advogados questionam a acusação de que a vereadora teria utilizado dinheiro ilícito para financiar sua campanha, argumentando que não há eleição em curso, o que tornaria a acusação de crime eleitoral sem sentido.
A audiência de custódia da vereadora está agendada para sexta-feira (04/04), no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), onde serão analisadas as circunstâncias da prisão e a possível manutenção da detenção preventiva.
fonte 180graus.com