Impasse paralisa metade da obra em conjunto na zona Sudeste da capital
Segundo moradores do empreendimento, empecilho entre Caixa e Sindicato prejudica o andamento dos trabalhos nos conjuntos Rodoviária I e II
Os mutuários dos conjuntos habitacionais em construção Rodoviária I e II, que ficam no bairro Todos os Santos, zona Sudeste, cobram a finalização das obras. Ao todo, são 200 casas, mas apenas 50% delas estão finalizadas. O empreendimento é financiado pelo programa Crédito Solidário, da Caixa Econômica Federal, por intermédio do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro), a quem os moradores atribuem atraso nas obras das casas e de toda a infraestrutura do local.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Muitos moradores ocuparam as residências antes mesmo da conclusão dos trabalhos
“O Sindicato alega que a construtora abandonou a obra, mas não informa o motivo. O que se percebe é alguma irregularidade no entendimento entre o Sintetro e a Caixa. Nas reuniões, pedíamos as planilhas com orçamento e os repassas, mas o sindicato nunca nos mostrou”, afirma Gustavo Gomes, um dos primeiros mutuários a ocupar as casas do Conjunto Rodoviária I. Atualmente, 45 famílias residem no local, mas muitas chegaram a ocupar suas casas sem a finalização dos trabalhos.
Na manhã de ontem (18), três funcionários de uma construtora que irá assumir a obra a partir do próximo ano, estiveram no local para inspecionar as unidades que já estão habitadas. Porém, muito moradores estão insatisfeitos. “Ocupei a casa que fui sorteado porque se não corria o risco de alguém invadir. Fui colocando o piso, as portas, as janelas, toda a instalação hidráulica e elétrica aos poucos. Cheguei e só encontrei a casa levantada”, afirma Orlando Sousa, motorista de ônibus, que se mudou para o residencial na semana passada.
Segundo ele, o Sintetro afirmou que a obra não estava prosseguindo por falta de verbas e de repasses da Caixa Econômica.
Já Chagas Oliveira, presidente do Sintetro, disse que o atraso foi provocado pela defasagem dos valores que estavam contidos no projeto original, que data de 2002. Chagas garante que a Caixa está fazendo um novo levantamento com os valores corrigidos, e que serão feitos orçamentos com três construtoras que darão continuidade às obras.
No Conjunto Rodoviária I e II, a falta infraestrutura é alvo de reclamação dos moradores. “Não temos ruas, as praças que eram pra ser feitas não foram nem iniciadas, não temos rede de água e falta luz constantemente”, relata Gustavo Gomes. Muitas casas, que estão desocupadas, já chegaram a estar cobertas por vegetação. Ainda de acordo com o morador, muitas famílias ainda não fizeram a mudança por conta da falta de infraestrutura.
Enquanto o conjunto não é entregue, muitas famílias, assim como a de Orlando Sousa, se antecipam na reforma de suas casas. Dentre os principais serviços feitos está a instalação de portas, janelas e instalação hidráulica, já que o local é abastecido por um poço tubular.
Repórter: Beto Marques - Jornal O DIA