quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Impasse paralisa metade da obra em conjunto na zona Sudeste da capital


Impasse paralisa metade da obra em conjunto na zona Sudeste da capital

Segundo moradores do empreendimento, empecilho entre Caixa e Sindicato prejudica o andamento dos trabalhos nos conjuntos Rodoviária I e II


Os mutuários dos conjuntos habitacionais em construção Rodoviária I e II, que ficam no bairro Todos os Santos, zona Sudeste, cobram a finalização das obras. Ao todo, são 200 casas, mas apenas 50% delas estão finalizadas. O empreendimento é financiado pelo programa Crédito Solidário, da Caixa Econômica Federal, por intermédio do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro), a quem os moradores atribuem atraso nas obras das casas e de toda a infraestrutura do local.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Muitos moradores ocuparam as residências antes mesmo da conclusão dos trabalhos
“O Sindicato alega que a construtora abandonou a obra, mas não informa o motivo. O que se percebe é alguma irregularidade no entendimento entre o Sintetro e a Caixa. Nas reuniões, pedíamos as planilhas com orçamento e os repassas, mas o sindicato nunca nos mostrou”, afirma Gustavo Gomes, um dos primeiros mutuários a ocupar as casas do Conjunto Rodoviária I. Atualmente, 45 famílias residem no local, mas muitas chegaram a ocupar suas casas sem a finalização dos trabalhos.
Na manhã de ontem (18), três funcionários de uma construtora que irá assumir a obra a partir do próximo ano, estiveram no local para inspecionar as unidades que já estão habitadas. Porém, muito moradores estão insatisfeitos. “Ocupei a casa que fui sorteado porque se não corria o risco de alguém invadir. Fui colocando o piso, as portas, as janelas, toda a instalação hidráulica e elétrica aos poucos. Cheguei e só encontrei a casa levantada”, afirma Orlando Sousa, motorista de ônibus, que se mudou para o residencial na semana passada.
Segundo ele, o Sintetro afirmou que a obra não estava prosseguindo por falta de verbas e de repasses da Caixa Econômica.
Já Chagas Oliveira, presidente do Sintetro, disse que o atraso foi provocado pela defasagem dos valores que estavam contidos no projeto original, que data de 2002. Chagas garante que a Caixa está fazendo um novo levantamento com os valores corrigidos, e que serão feitos orçamentos com três construtoras que darão continuidade às obras.
No Conjunto Rodoviária I e II, a falta infraestrutura é alvo de reclamação dos moradores. “Não temos ruas, as praças que eram pra ser feitas não foram nem iniciadas, não temos rede de água e falta luz constantemente”, relata Gustavo Gomes. Muitas casas, que estão desocupadas, já chegaram a estar cobertas por vegetação. Ainda de acordo com o morador, muitas famílias ainda não fizeram a mudança por conta da falta de infraestrutura.
Enquanto o conjunto não é entregue, muitas famílias, assim como a de Orlando Sousa, se antecipam na reforma de suas casas. Dentre os principais serviços feitos está a instalação de portas, janelas e instalação hidráulica, já que o local é abastecido por um poço tubular.
Repórter: Beto Marques - Jornal O DIA