A família de Maria Nilvânia dos Santos Lima entrou com ação e acionou à Polícia contra o Hospital Senador Cândido Ferraz, após receber o corpo da filha recém-nascida, e já morta, em uma caixa de papelão na última sexta-feira (6) em São Raimundo Nonato, município a 517 km de Teresina. Pedro Mendes, advogado da família, afirma que houve negligência por parte do local que atrasou o atendimento em mais de seis horas o que provocou sofrimento do feto levando à morte do bebê.
Fotos: Sãoraimundo.com
“Ela fez o acompanhamento médico, fez o pré-natal, tudo normal. Nas vésperas de vir para São Raimundo Nonato ela sentiu contrações e passo pelo médico na sexta-feira a tarde e lá foi verificado que estava em trabalho de parto e estava com dilatação e a criança estava normal. Ela deu entrada no hospital às 5h da manhã e ela ficou no corredor do hospital sendo supostamente atendida somente às 19 horas. Seria um parto normal, mas o médico atestou como causa morte a prematuridade”, explicou o advogado.
A versão médica é contestada firmemente pela família, que alega que a menina estava com 38 semanas e nasceu com 3kg e 600gm em estado normal de saúde. “O laudo médico reforça ainda mais que houve negligência do hospital porque devia ter atuado antes. Ele disse que a criança estava em decomposição e estava há quatro dias assim. Isso é absurdo. Eles não tem nem instrumentos que apontem isso”, reforçou o advogado.
Além da negligência hospitalar a família denuncia que o corpo da menina foi entregue aos familiares em uma caixa de papelão. “Ó a criança tá aqui dentro da caixinha, foi o que eles disseram quando colocaram ela numa mesa da enfermaria. Isso não se faz”, completou o advogado. A denúncia chegou à delegacia regional e à Comissão de Direitos Humanos da OAB. O advogado afirmou que irá acionar ainda o Conselho Regional de Medicina e o Conselho Regional de Enfermagem.
Procurada pelo Cidadeverde.com a delegada de São Raimundo Nonato, Cínthia Verena, explica que todos os envolvidos serão intimados a depor, desde a paciente até a equipe médica que trabalhou no parto, para apurar as denúncias e responsabilizar os culpados pela morte.
”A gente está. Estou esperando ela melhorar para que ela possa vir se apresentar aqui. Vamos apurar os exames de pré-natal e apurar se houve realmente uma negligência”, esclareceu.
Hospital responde
Em nota enviada ao portal. a direção do Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, de São Raimundo Nonato, esclarece que todos os procedimentos no atendimento à paciente Maria Nilvania dos Santos Lima, moradora da comunidade Boa Vista, no município de Jurema do Piauí, foram feitos conforme protocolos.
Segundo a nota, a paciente deu entrada na urgência do Hospital por volta das 5h20 da manhã da última sexta, 6, com dor pélvica e lombar. Em seguida, foi encaminhada ao setor de obstetrícia, sendo atendida pelo médico plantonista, que por volta das 6h20, constatou que o feto não apresentava batimentos cardiofetais, solicitando assim ultrassom gestacional.
Às 10h45, após realização do exame, confirmou a ausência de batimentos cardiofetais, confirmando ausência de vida do feto.
Diante do resultado, foi administrada medicação para expulsão do feto, ocorrendo, às 19h30, parto normal, procedimento que minimiza os riscos de infecção.
Ainda na sala de parto, a mãe e a avó forneceram as vestimentas do natimorto, solicitando à equipe do Hospital que acomodasse o feto numa caixa até a chegada da funerária, que ocorreu cerca de 30 minutos após a realização do parto. Com auxílio de profissionais do Hospital, o natimorto foi acomodado numa urna funerária, sendo levado pela família.
A direção do Hospital reitera que os todos os procedimentos adotados pelos profissionais desta unidade foram feitos de acordo com os protocolos, estando à disposição das autoridades para os devidos esclarecimentos.
fonte cidadeverde.com