PF prende irmãos acusados de desviar mais de R$ 1 milhão da previdência
Eles já haviam sido detidos em flagrante em três ocasiões distintas, por crimes relacionados à clonagem de cartões e fraudes previdenciárias
Dois irmãos foram presos nesta terça feira (13) em Teresina na Operação Duo Frates, deflagrada pela Polícia Federal do Maranhão. Eles são acusados de liderar um esquema de fraude que teria desviado R$ 1,15 milhão da previdência social. A PF cumpriu, além dos mandados de prisão preventiva, mais três mandados de busca e apreensão.
Os irmãos presos hoje já haviam sido detidos em flagrante em três ocasiões distintas na cidade de Bacabal, no Maranhão, por crimes relacionados à clonagem de cartões e fraudes previdenciárias. Por esses fatos respondem em liberdade.
Em fevereiro de 2016, equipe da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários da PF no Maranhão cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados em Trizidela do Vale, ocasião em que foram localizados diversos documentos relacionados a fraudes previdenciárias. Após o cumprimento deste mandado, os dois irmãos se mudaram para Teresina e passaram a adotar nomes falsos.
Analisando os documentos apreendidos, que abrangem desde cartões magnéticos e documentos de identificação (RG, CPF e CTPS) a anotações manuscritas, extratos de pagamentos e consultas de Sistemas do INSS, foram identificados mais de 300 benefícios previdenciários e 40 documentos de identidade falsos.
A PF afirma que os acusados ostentavam um patrimônio incompatível com suas rendas declaradas. Só de veículos os irmãos possuíam um patrimônio de quase R$ 500 mil.
As investigações ocorrem desde 2015, quando a Polícia Federal começou a identificar o esquema criminoso. Os acusados falsificam documentos públicos e realizam saques post mortem de benefícios previdenciários e assistenciais.
A justiça determinou o sequestro de valores e de bens, incluindo veículos e propriedades dos investigados, além da suspensão de mais de 100 benefícios e a convocação de 200 titulares para a realização de auditoria.
O prejuízo evitado à previdência social é de R$ 5,7 milhões, tomando como base a expectativa de vida dos titulares dos benefícios objeto de suspensão judicial.
São investigados os crimes de estelionato previdenciário, uso de documento falso, falsidade material e ideológica, lavagem de capitais e associação criminosa, cujas penas máximas somadas podem chegar a mais de 30 anos de prisão.
O nome da operação, Duo Frates, vem do latim e significa dois irmãos, em alusão ao laço de parentesco dos principais investigados.