Delegado é acusado de mandar apreender carro sem ordem judicial para beneficiar nora de policia
Canabrava teria feito a devolução do veículo sem o devido termo de restituição
O delegado Ademar Canabrava, titular do 12º DP, no bairro Ininga, zona Leste de Teresina, e os policiais civis Antônio Alves da Cruz, Marcelo da Silva Duarte, e Whashington Gomes Pereira, estão respondendo a inquérito administrativo na Corregedoria da Polícia Civil, acusados de abuso de autoridade e ameaça. Eles teriam tomado um carro com débito no banco, sem ordem judicial.
Figuram como vítimas nos autos da Corregedoria o corretor Waldeci Costa Nascimento e Paulo Sérgio Ribeiro Pires. O delegado Canabrava preferiu usar o direito de ficar calado e responder apenas em juízo.
A delegada Marcela Sampaio Lira, que presidiu as investigações administrativas, relatou que “no dia 13/07/2017, o senhor Waldeci Costa do Nascimento compareceu à Corregedoria Geral da Polícia Civil para noticiar ter sido vítima dos crimes de abuso de autoridade e ameaça praticados por policiais civis. O noticiante relatou ser corretor de veículos e ter intermediado a venda do veículo Fiat Siena, placa PIM-4084, branco. Afirmou que, em agosto de 2016, pagou o valor de R$ 23.000,00 (vinte e três mil reais) a senhora Agatha Luana Marques de Carvalho, de quem comprou o veículo, tendo dela recebido uma procuração com plenos poderes para vender, prometer vender, ceder, transferir, onerar e/ou alienar o referido carro, apresentado o documento original. Acrescentou que vendeu o veículo a Paulo Sérgio Ribeiro Pires, mas que em 22/06/2017, foi surpreendido com a notícia de que policiais do 12º Distrito Policial teriam tomado, à mão armada, o veículo de Paulo Sérgio, que agora lhe cobrava a restituição do valor pago”.
Ainda nos autos da Corregedoria consta que os policiais Marcelo Duarte e Antônio Cruz teriam apreendido o veículo, sem ordem judicial e a mando do delegado Ademar Canabrava, supostamente para beneficiar Agatha Carvalho, que venha ser nora do policial Whashington Gomes.
O delegado Canabrava teria feito a devolução do veículo sem o devido termo de restituição.
Ainda nos autos, consta conversa de whatsapp em que o policial Whashington estaria ameaçando de morte Waldeci Costa.
No depoimento que prestou, Agatha disse que o corretor comprou se comprometendo em assumir as prestações restantes ao banco, compromisso que não fora cumprido pelo corretor Waldeci.