Crianças relatam estupros através de desenhos e dizem que crime ocorria desde 2015
As três crianças - de 8, 9 e 12 anos - que denunciaram o dono de uma escola por estupro relataram os abusos através de desenhos e testes realizados por especialistas.
O Cidadeverde.com teve acesso a documentos do inquérito que mostram detalhes da investigação. Vários dados são omitidos para preservar as vítimas. As crianças garantem que a violência sexual ocorria desde 2015 dentro da escola, que fica no bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina.
No processo, o dono da escola Antonio Monteiro Neto Filho, é descrito como uma pessoa "fria, insensível, manipuladora, perversa, transgressora de regras sociais, impiedoso, imoral, sem consciência e desprovido de sentimentos de compaixão, culpa ou remorso representando grande risco à sociedade caso permaneça em liberdade".
O juiz Luiz de Moura Correia, coordenador da Central de Inquérito de Teresina, manteve a prisão do dono da escola alegando que ele tem grande poder de persuasão sobre as vítimas e as testemunhas.
"Mantém a prisão cautelar para a garantia da ordem pública... o fato do paciente possuir condições pessoais favoráveis não absta a manutenção de sua prisão preventiva...", diz a sentença.
Segundo o inquérito, foi realizado exame pericial nas três crianças e não apontou vestígios de conjunção carnal. No entanto foi utilizado diversos procedimentos, inclusive entrevista clínica com as crianças através do lúdico de maneira individual, técnicas de desenhos e uso de bonecas anatômicas e foi constatada "indicativo consistentes de situações abusivas com mais de uma vítima".
A investigação revela ainda que familiares do dono da escola eram conviventes com os possíveis abusos.
Abusos foram relatos através de desenho
Na sentença, o magistrado relata que entre as provas estão desenhos confeccionados pelas crianças. No documento, ele porém não dar detalhes dos desenhos, mas ressalta que as provas mostram a prática de atos libidinosos diverso da conjunção carnal. Segundo depoimento das vítimas, o suspeito teria forçado as crianças a beijá-lo e há relatos de tocar suas partes íntimas.
O magistrado destaca que o inquérito conclui que houve danos emocionais para as crianças.
"Comportamentos observados em algumas das vítimas como medo, raiva, pesadelos, aversão a figura do senhor Monteiro".
O caso foi acionado pelo Conselho Tutelar em 27/10/2017 após receber denúncias de três mães contra a escola que fica no bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina. A Polícia Civil investigou o caso e indiciou o dono da escola por crime de estupro.
O Cidadeverde.com entrou em contato com a escola e uma funcionária informou que seria divulgado um comunicado através de advogado. No entanto, até agora ninguém se pronunciou. Deixamos nossos telefones para que a escola nos ligasse para dar os esclarecimentos.