Faleceu na manhã desta segunda-feira, aos 87 anos, o pintor Afrânio Pessoa Castelo Branco, teresinense que teve seu trabalho aclamado no Brasil e também em outros países.
Uma de suas telas mais conhecidas no meio cultural é "A Pianista" (veja ao lado), feita em 1976.
'A Pianista', de Afrânio Castelo Branco (Imagem: reprodução fotográfica de autoria desconhecida)
Nascido em Teresina, em 1930, Afrânio Pessoa formou-se em artes plásticas, com medalha de ouro, pela Escola Nacional de Belas Artes, em 1960. No mesmo ano, seu trabalho recebeu menção honrosa no 9º Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, mostra em que também expôs nas edições de 1963, 1966 e 1976.
Entre 1972 e 1973, elaborou painéis para a reitoria da Universidade Federal do Piauí e para a nova sede da Companhia Energética do Piauí (Cepisa), em Teresina. Em 1975 elaborou painéis para o Palácio da Justiça, sede do Judiciário piauiense.
O casal Fernando Dib Tajra e Maria do Socorro de Castro Melo, ambos professores universitários, eram amigos de Afrânio desde a juventude. Eles lamentaram a morte do artista plástico e destacaram sua importância para a cultura piauiense.
Tela de Afrânio Castelo Branco presente no salão nobre da reitoria da UFPI (Foto: Manoel Eduardo / SCS - UFPI)
"Ele se foi. Deixou as suas cores lindas espalhadas na sua cidade, como bilhetes de amor. Assisti com muito carinho sua genialidade tomar as mais delicadas formas. Dos primeiros esboços em carvão às cores e movimentos idealizadas por Afrânio para traduzirem uma de suas maiores obras: o grande painel, a sua forma de ver a tradição da sua terra, 'A dança do boi do Piauí' ficou eternizada no salão nobre da reitoria da Universidade Federal do Piauí", declarou a professora Maria do Socorro de Castro.
A professora Jacqueline Dourado, superintendente de Comunicação da UFPI, também lamentou a morte de Afrânio Castelo Branco. "Na última sexta-feira nós tínhamos, inclusive, feito fotos do painel, que, pessoalmente, eu considero um dos quadros mais lindos do Afrânio. Embora ele tenha também outros quadros muito bonitos, inclusive no acervo do Karnak. Mas a obra que está no salão nobre da reitoria se impõe, porque valoriza a cultura do boi, e por isso está num local privilegiado [...] O que torna a obra do Afrânio mais sedutora é o uso da cor. Ele trabalha muito bem a cor, e nos impressiona com isso. Além de ter colocado o Piauí no cenário nacional das artes plásticas", afirmou Jacqueline Dourado.
O poeta e professor Cineas Santos usou seu perfil no Facebook para manifestar sua consternação com o falecimento do artista plástico. "Mais que um simples pintor, Afrânio Castelo Branco era um dos ícones da cultura piauiense. Com sua linguagem personalíssima, projetou as artes plásticas piauienses no cenário nacional. Sua ausência nos deixa mais tristes e muito mais pobres", pontuou Cineas.
Afrânio Castelo Branco participou de duas edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1967 e 1969. Nesse ano, ao lado do artista Píndaro Castelo Branco, expôs em Copenhague (Dinamarca), Haia (Holanda) e Helsinque (Finlândia), com patrocínio do Itamaraty.
Em 1970, com o mesmo apoio governamental, integrou a Coletiva de Arte Brasileira, mostra de 27 artistas que percorreu a Alemanha, a Espanha, a França, a Holanda, a Itália, a Suécia e a Suíça.
Exposições Individuais
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Chica da Silva
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Maison de France
1968 - Fortaleza CE - Individual, na Galeria Raimundo Cela
1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Varanda
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Ibeu Copacabana
1971 - Teresina PI - Individual, na Maison Delas
1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Celina Decorações
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Aliança Francesa
1974 - Teresina PI - Individual, na Boutique Biscuit
1975 - Fortaleza CE - Individual, na Galeria Recanto do Ouro Preto
1978 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1979 - Brasília DF - Individual, na Parnaso Galeria de Arte
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anna Maria Niemeyer
1987 - Rio de Janeiro RJ - Afrânio Castelo Branco: pinturas, na Galeria Anna Maria Niemeyer
1994 - Fortaleza CE - Afrânio Castelo Branco: pinturas, na Galeria Ignez Fiuza
Exposições Coletivas
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - menção honrosa
1963 - Rio de Janeiro RJ - 12º Salão Nacional de Arte Moderna
1966 - Rio de Janeiro RJ - 15º Salão Nacional de Arte Moderna
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1969 - Copenhague (Dinamarca) - Artistas Brasileiros
1969 - Haia (Holanda) - Artistas Brasileiros
1969 - Helsinque (Finlândia) - Artistas Brasileiros
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1970 - Amsterdã (Holanda) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Barcelona (Espanha) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Berna (Suíça) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Bonn (Alemanha) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Colônia (Alemanha) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Düsseldof (Alemanha) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Estocolmo (Suécia) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Frankfurt (Alemanha) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Genebra (Suíça) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Milão (Itália) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Paris (França) - Arte Brasileira Contemporânea
1970 - Zurique (Suíça) - Arte Brasileira Contemporânea, patrocinada pelo Itamaraty
1974 - Nova York (Estados Unidos) - Gravuras Latino-Americanas do Museu de Arte Moderna, no The Center for Inter-American Relations
1976 - Rio de Janeiro RJ - 25º Salão Nacional de Arte Moderna - isenção de júri
1991 - Campinas SP - Nordeste Contemporâneo: 11 artistas, na Galeria de Arte do Centro de Convivência Cultural
1996 - Porto Alegre RS - Natureza Humana, na Galeria Tina Zappoli
1998 - Porto Alegre RS - Sete Mostras Especiais, na Galeria Tina Zappoli
2000 - São Paulo SP - Arte Popular Brasileira, na Galeria Brasiliana
2001 - São Paulo SP - Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas
2003 - Porto Alegre RS - Humanidades, na Galeria Tina Zappoli
fonte http://www.portalodia.com/ Com informações da Enciclopédia online do Itaú Cultural