O chefe da delegacia de Polícia Civil do município estaria abusando do seu poder como autoridade para perseguir populares e destratar agentes.
O delegado de Polícia Civil de Cocal, Renato Pinheiro, foi alvo de reclamações de alguns residentes do município, que afirmaram que o delegado estaria abusando de seu poder como autoridade para perseguir populares e destratar seus agentes. Renato Pinheiro também foi acusado de dificultar o exercício da imprensa local.
Fontes que optaram por não terem suas identidades reveladas, contaram ao Lupa1 que o delegado intimou um de seus agentes injustamente, sob acusação de ter vazado informações sigilosas da polícia, algo que o agente nega. De acordo com o policial, após o episódio, o delegado proibiu um profissional da imprensa de adentrar na delegacia e o agrediu verbalmente.
“Fui acusado de uma coisa que eu não cometi. Foi dito que eu passei essa informação para o suposto autor, que no caso tinha sido vítima de um assalto[…]. Eu moro em Cocal já faz sete anos, nunca tive nada que prejudicasse minha integridade moral. Agora ele chegou e vem com isso. É como se fosse um assédio no trabalho”, afirmou o agente de polícia.
Delegado Renato PinheiroReprodução
De acordo com o profissional da imprensa, o delegado o destratou na frente da equipe, desferiu xingamentos e passou a persegui-lo, chegando até mesmo a intimar os vizinhos dele para prestar depoimento na delegacia e colher informações sobre a vida pessoal do profissional. Ele revelou também, que policiais não queriam trabalhar na delegacia por causa do comportamento do delegado.
"Ele olha pra pessoa e não vai com a cara e ai começa a investigar a vida da pessoa querendo procurar algo pra complicar. Ele queria me prejudicar, intimou minha vizinhança pra saber se eu praticava violência doméstica com minha esposa. Começou a trabalhar no município e me adotou como inimigo. Ele discutiu com um rapaz dizendo que ele tinha vazado informações sigilosas, esse rapaz saiu. Depois disso, mais três servidores saíram. Tinha seis servidores, agora só tem dois, quatro saíram por causa dele", disse o comunicador.
O delegado teria também ameaçado prender o profissional. "Noticiei um fato e ele me intimou para prestar depoimento dizendo que eu tinha pego informações de policiais e eu falei que não ia. Ele disse que iria me autuar por desobediência. Eu noticiei outro fato e ele disse que eu tinha pegado a informação dos policiais, ai ele indiciou dois agentes. Quando eu soube, fui testemunhar e não deixaram eu falar. Cheguei lá o depoimento já estava feito. Ele disse que se eu falasse eu ia ser preso em flagrante por falso testemunho e que ele tinha poder para f**** quem ele quisesse na cidade. Falou que eu ia virar notícia de ser o repórter que ia pagar a maior fiança do Norte do Piauí por falso testemunho", explicou.
Delegacia da Polícia Civil de CocalReprodução
O Lupa1 entrou em contato com o delegado de Cocal, que está há quase 12 meses no comando da delegacia. De acordo com Renato Pinheiro, ele não responde a nenhuma acusação por abuso de autoridade, e afirma que as acusações não passam de fake news inventadas sobre sua conduta por pessoas incomodadas com a atuação dele em Cocal. O delegado classificou o fato como uma invencionice.
“Trata-se de um ‘investigado’ por um fato criminoso. Todos os atos presididos por delegados da polícia são submetidos à legalidade e denúncias tem que ser formuladas na corregedoria e não em ebdomadários”, afirmou Renato Pinheiro.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), Toni Boson, informou que o caso já chegou ao conhecimento do sindicato, e que o Sinpolpi disponibilizou apoio jurídico aos agentes, caso a denúncia prossiga. O Sinpolpi afirmou ainda que já entrou em contato com o delegado-geral da Polícia Civil, Luccy Keiko, para que tome as medidas cabíveis.
De acordo com Toni Boson, se o inquérito prosseguir o delegado Renato, que segundo Boson, já responde a processos de abuso de autoridade e improbidade administrativa, poderá responder, ainda, por danos morais e assédio moral, tanto civilmente quanto administrativamente.
fonte lupa1.com.br