Polícia estará de prontidão para evitar invasão ao aeroporto de Teresina
Por Arimatéia Azevedo e Karla Danielle
Representantes das Policias Civil, Militar e Federal, estiveram reunidos na tarde desta segunda-feira(4) para traçar uma estratégia visando evitar a invasão das pistas do aeroporto de Teresina. Famílias que se sentem ameaçadas de despejo, por conta da reforma a ser realizada, estariam prometendo impedir pousos e decolagens de aviões a partir da manhã dessa terça-feira (5).
Na reunião entre os órgãos de segurança, ficou estabelecido que a partir da noite desta segunda pelotões policiais estarão de prontidão na área que compreende a Avenida Centenário, de fácil acesso às instalações do aeroporto. Por ali, qualquer pessoa pode chegar facilmente à pista de taxiamento, aos hagares e à estação de passageiros.
Segundo um dos participantes da reunião a posição tomada pelas autoridades é a de impedir o acesso de populares. Será feito bloqueio por policiais militares ainda nesta noite, devendo a segurança ser reforçada a partir das quatro horas da manhã de terça-feira.
Ameaçadas de perder suas casas, famílias confirmam o protesto no aeroporto
As famílias que moram na Avenida Centenário e na Rua Paranaguá, que ficam por trás de um dos muros do aeroporto Petrônio Portela, na zona norte, confimraram que farão uma manifestação no início da manhã desta terça-feira. As casas daquela região podem ser desapropriadas dentro de poucos dias, devido à reforma da estação de passageiros do aeroporto.
Casas que podem ser desapropriadas na Avenida Centenário
A desapropriação atinge moradores dos bairros Aeroporto, Parque Alvorada, Nova Brasília, Itaperu e Vila Operária. Segundo o líder comunitário do Parque Alvorada, Iran Brasil, as desapropriações acontecerão em etapas. “Na primeira etapa serão desapropriados as famílias da Avenida Centenário, que ficam no muro do aeroporto, as casas e comércios de frente para a avenida”, informa.
No último dia 23 de outubro, representantes da associação de moradores dos bairros que serão afetados com a reforma se reuniram com os vereadores R.Silva (PP), Dudu (PT) e o deputado Magalhães (PT), afim de tentarem encontrar uma solução para aquelas famílias. Algumas famílias concordam em sair, mas outras não.
“Eles querem indenizar com um valor muito baixo, querem pagar só R$ 5 mil. Moro aqui (Avenida Centenário) há 14 anos. Querem colocar a gente em bairros muito distantes daqui. E aqui nós temos tudo, é perto de tudo. Tem policiamento, tem água, tem luz. Nós não queremos sair daqui”, afirma a senhora Rosita Fontenele, cuja casa fica no muro do aeroporto.
Casas da rua Campo Maior, por trás do muro do aeroporto
Contudo, a situação dos moradores da rua Campo Maior - nos fundos do muro do aeroporto -, é diferente. Das mais de 200 famílias que moram ali, nem todos dispõem sequer de fossa séptica em suas residências. Para eles, dependendo do acordo que a Prefeitura propor, sair do local seria uma solução.
“Não somos contra a reforma do aeroporto. Se me derem uma boa indenização, que dê pra comprar uma casa aqui na região, eu quero. Aqui não é uma moradia digna, não temos nem fossa em casa. Mas não queremos sair dessa região. Ouvi dizer que querem mandar a gente pra morar depois do Promorar. Se for assim, não aceito sair. Queremos que o prefeito Firmino venha conversar com a gente, dizer pra onde realmente querem nos mandar”, relata a moradora Maria de Fátima Ferreira.
Maria de Fátima (segunda da direita para esquerda) e Iran Brasil na ponta direita
De acordo com Iran Brasil, a situação dos moradores da rua Campo Maior é diferenciada porque eles já estão inscritos no Projeto Lagoas do Norte. “De acordo com o novo decreto para a reforma do aeroporto, essa área da Campo Maior não está inclusa. A desapropriação aqui, vai acontecer; mas porque as casas estão inscritas no Programa Lagoas do Norte. São cerca de 260 casas inscritas”, esclarece.
Iran informa ainda que a Prefeitura quer indenizar as famílias baseadas no valor do IPTU. “Não queremos a indenização baseada pelo que pagamos no IPTU, mas pelo valor emocional. Tem famílias que moram aqui há mais de 30 anos, outras chegaram ainda não tinha nem o aeroporto”, frisa.
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