quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Piauí traça plano para enfrentar epidemia de ebola


Piauí traça plano para enfrentar epidemia de ebola

Secretaria de Saúde produz protocolo com ações a serem executadas pelos órgãos de saúde caso surjam eventuais casos de pacientes infectados com o vírus.

A Secretaria Estadual de Saúde está preparando um plano de contingência para traçar um protocolo de ações a serem realizadas pelos órgãos locais de saúde pública caso surjam eventuais casos de pacientes infectados com o vírus ebola no Piauí.
Telma Evangelista, diretora de Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde da Sesapi, explica que o plano de contingência tem a finalidade de definir desde o hospital onde os doentes serão tratados até a roupa que deve ser usada pelos profissionais de saúde que terão contato direto com as pessoas infectadas. “Temos que prever absolutamente tudo. Qual hospital de referência vai receber os pacientes, em quais setores eles vão ficar, quais profissionais vão atendê-los, com que roupas, qual a destinação dos materiais que tiverem contato com os enfermos. No caso de óbitos, precisamos definir como manusear os corpos e qual a destinação eles devem ter, dentre outras orientações”, enumera a diretora.
Nesta quinta-feira, uma equipe de gestores da Sesapi participou de uma videoconferência com o Ministério da Saúde e com Secretarias de Saúde de todos os Estados do País. O encontro online foi o primeiro passo para os órgãos estaduais iniciarem a elaboração dos seus planos de contingência.
No Piauí, a próxima reunião da Sesapi com esse propósito acontecerá na terça-feira, dia 26, e contará com a presença de outros órgãos que deverão trabalhar em conjunto para tratar eventuais pacientes infectados pelo vírus ebola. Serão convidados representantes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), do Hospital Universitário da UFPI, do Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zenon Rocha, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Hospital de Doenças Infectocontagiosas Natan Portela. 
Telma Evangelista explica que as entidades participantes do encontro poderão dar sugestões sobre as medidas mais adequadas a serem adotadas no tratamento de enfermos. “É preciso que todos esses órgãos estejam preparados e ajam conforme os parâmetros definidos no plano de contingência. Nós sempre temos protocolos para controlar surtos de doenças antigas e novas. Fazemos isso para a dengue, para a influenza, para a coqueluche, e não poderia ser diferente com o vírus ebola. É uma doença grave, com um índice de mortandade que chega a 90%, e que exige um protocolo ainda mais rigoroso”, afirma Telma Evangelista.
De acordo com a gestora, caso esse protocolo não seja produzido, os profissionais de saúde serão os primeiros a serem infectados num eventual surto de ebola no País.
A transmissão do vírus acontece através do contato com fluidos corporais de uma pessoa enferma. Dessa forma, os familiares e profissionais da saúde estão mais vulneráveis a contrair a doença letal.
Atualmente, o continente africano enfrenta o maior surto da doença desde sua descoberta, em 1976. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, foram registradas mais de 1.100 mortes até agora, e os países mais afetados são a Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria – todos situados na África Ocidental.
No dia 8 de agosto, a OMS decretou que a nova epidemia de ebola se tornara uma emergência pública sanitária internacional, demandando uma cooperação global para o enfrentamento da doença.

fonte portal o dia