domingo, 7 de setembro de 2014

“Falta responsabilidade governamental no Piauí”


“Falta responsabilidade governamental no Piauí”

Segundo Neto Sambaíba (PPL), o Piauí tem sérios problemas financeiros como gastos excessivos na folha de pagamento

Por que o senhor acredita que nesse momento é o melhor nome para governar o Piauí?
Eu me preparei ao longo de 30 anos. Nasci na zona rural da Baixa Fria e trabalhei de roça. Minha santa mãe foi minha primeira professora. E a partir daquele sacrifício para me alfabetizar eu incuti na cabeça que deveria ajudar essa geração que vem atrás. Através do meu estudo eu consegui trocar o lombo do jumento por um carro, trocar uma foice por uma caneta e graças ao sucesso do que tenho quero proporcionar isso as crianças pobres do meu Estado. Eu quero ser governador do Piauí, primeiro, para educar nossas crianças e jovens com uma escola com professores bem pagos, informatizada que tenha bibliotecas físicas e virtuais atualizadas tecnologicamente. Construiremos palco para a manifestação da cultura. Queremos acabar com as filas nos hospitais públicos, descentralizando e humanizando o atendimento. Queremos criar a política pública de empregar nossos jovens através do banco da juventude e cuidar dos idosos com o carinho que eles merecem. Iremos cuidar do meio ambiente para garantir o futuro das novas gerações e como gerir a economia para que a riqueza posão passar pelas mãos do povo piauiense. 
Foto: Assis/ODIA
O senhor já foi aliado do candidato e ex-senador Mão Santa (PSC) e diz que ele lhe deve três eleições. O que ocorreu nesse percurso para cada um seguisse um lado diferente? 
É natural que cada um tenha um pensamento diferente. Eu participei do governo Mão Santa (PSC). Importante seria a imprensa ir até a COMEPI- Companhia Editorial do Piauí, onde eu fui diretor, e perguntar do vigia aos técnicos qualificados, que todo mundo sabe que eu fui um diretor que deu conta do recado. Depois eu saí do PMDB porque quis ser candidato a governador em 2010. O partido me tratou como se eu fosse um inferior, só me queria como eleitor e eu resolvi sair do partido e criei o PPLPartido Pátria Livre e recolhemos mais de 1 milhão de assinaturas para criar o partido que está em 26 Estados e no Distrito Federal. Agora eu sou presidente do PPL no Piauí e membro da executiva nacional. A partir daí eu criei meu rumo político e o ex-senador Mão Santa também. Ele saiu do PMDB e se filiou ao PSC. Foi de uma forma natural, cada um seguindo seu caminho. O Mão Santa me convidou para ser candidato a senador na chapa dele, não aceitei porque meu partido já havia decidido que teríamos candidato a governador. Eu já tinha me programado há muito tempo para ser candidato a governador do Piaui. Hoje ele é candidato de um lado e eu de outro. Somos amigos pessoais, mas temos nossas diferenças ideológicas que estão registradas em nossos programas de governo. 
O senhor é poeta e professor. Que propostas possui para a valorização da cultura do nosso Estado e a melhoria da educação? 
Começo pela educação. Tem que pagar bem os professores porque sem isso não é possível melhorar a educação. Depois iremos elaborar um programa psicopedagógico para que as professoras se adaptem a essa reforma e possam levar o melhor conhecimento para o aluno. Eu acredito que instalando laboratórios de informática, requalificando de forma correta os professores, com a entrega de tabletes para os professores e alunos, ambos irão mergulhar na era tecnológica como inovação do processo de educação. Iremos climatizar as salas de aula porque em qualquer lugar do Piauí, durante a tarde, chegamos a 50 graus. Isso fadiga o professor que bloqueia a capacidade de ensinar, o mesmo ocorre com o aluno que perde a capacidade de aprender. Temos que colocar quadras nas 756 escolas públicas do Estado do Piauí para que a população pratique esporte. Instalaremos palcos para a manifestação de cultura em todos os municípios do Piauí. Iremos fazer uma educação diferente da realizada hoje. O aluno vai se sentir motivado para aprender e o professor motivado para ensinar. Na área da cultura, nossa proposta é substituir a Fundação de Cultura por uma Secretaria de Cultura, que terá custeio para ajudar a bancar toda a produção cultural. 
O Estado passa por problemas financeiros e já ultrapassou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Se eleito como pretende resolver esse problema? 
Falta mais responsabilidade governamental no Piauí por isso o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal foi ultrapassado. O Piauí tem R$ 8,5 bilhões de orçamento para 2014, os que chegam no governo sedinheiro ao ponto de não elaborarem projetos para buscar mais recursos. No nosso planejamento econômico propomos que dos R$ 8, 5 bilhões do orçamento para 2014, aproximadamente R$ 5 bilhões que representa 60% da receita líquida do Estado, para pessoal e os outros 3, 5 bilhões, é muito pouco para administrar o Estado, que tem 254 mil km². É um Estado territorialmente maior que muitos países de expressão mundial como Cuba e o Vietnã. Como aumentar esse capital? Primeiro, a Constituição Federal permite uma capacidade de endividamento do Estado até em 200% sobre o valor desse orçamento de R$ 8,5 milhões. Nós chegaremos aos R$ 17 bilhões somados com os R$ 3,5 bilhões, que sobram da conta dos R$ 5 bilhões para pessoal, nós teremos um montante de 20,5 bilhões. Como nós dobaríamos isso a R$ 41 bilhões? Através de parcerias inteligentes. Vamos dizer que o meu governo queira salvar o Rio Parnaíba, reflorestando desde a Serra da Mangabeira na divisa do Piauí com a Bahia e o Tocantins até os 66 km de litoral do Piauí, nós entraríamos com a contrapartida de 20 a 30% desse dinheiro de capacidade de endividamento. Certamente nós encontraremos parceiros privados, públicos nacionais e internacionais, porque o mundo quer salvar a natureza. Basta uma equipe técnica competente e uma orientação de governo correta para elaborar projetos e buscar recursos onde existem, seja na parceria pública ou privada. Além disso, nós temos 10 deputados federais e três senadores e um escritório do Piauí em Brasília para fazer o quê? É para distribuir os protocolos desses projetos. Vamos colocar esse pessoal para ajudar o Piauí a trazer esses recursos para a gente bem aplicar e gerar emprego. 
O senhor é um crítico dos governos anteriores como a administração do senador Wellington Dias (PT) e do atual governador Zé Filho (PMDB). Se eleito, o que pretende fazer de diferente em relação ao que esses outros governadores já fizeram? 
Todos eles mantêm um frigorífico humano nos hospitais de grande porte. Nós temos três hospitais de grande porte como o HU - Hospital Universitário, que é federal, HGV- Hospital Getúlio Vargas, que é estadual, e o HUT – Hospital de Urgência de Teresina que é municipal. Eles estão equipados e com capacidade para resolver os problemas de alta complexidade. No entanto, só o HUT mantém o serviço de urgência e emergência. Isso está errado. Nós pretendemos colocar esses três prontos- -socorros com atendimento de urgência e emergência. Depois iremos equipar os hospitais de bairro e do interior com equipamentos que executem exames de baixa e média complexidade. Contrataremos médicos especializados. Dessa forma vamos descentralizar e humanizar o atendimento. O mais avançado na nossa proposta é a Telemedicina. Vou citar um exemplo. No município de Sebastião Barros, no extremo Sul do Piauí, quando um jovem tem qualquer problema no dedo mindinho, o pai vai de bicicleta onde está o prefeito que manda uma ambulância buscar a criança que é levada a Teresina. Vai junto o pai, a mãe e a madrinha. Chega a Teresina e todos são hospedados em uma pensão. Com três dias, a criança volta para a cidade. Os pais e os padrinhos destas crianças pensam que devem pagar um falso favor como o voto, dando mais quatro anos de poder para aquele prefeito que está mantendo aquele sistema ordinário de atendimento. Se tivesse no município uma máquina de ressonância magnética, 95% dos casos poderiam ser atendidos o município. Ele faria a ressonância lá, mandaria a imagem para Teresina e os médicos daqui poderiam mandar a receita do remédio. A Telemedicina vai evitar que o prefeito roube no combustível, na manutenção da ambulância e reposição de peças e pneus, na hospedagem, na pensão e compra do medicamento. E ainda rouba a consciência dos pais e padrinhos da criança. O nosso modelo é diferente dos demais porque nos preparamos estudando o Piauí. Nunca fomos governador. Os outros não têm condições de prometer porque eles já foram e não fizeram. 
Como o senhor encara os críticos que acusam partidos como o seu de serem apenas legendas de aluguel? 
Eu não considero o nosso partido pequeno porque é a primeira eleição estadual e federal que estamos disputando. Mas, a partir da hora que o TSE- Tribunal Superior Eleitoral registra um partido político, ele fica igual a qualquer outro. Os direitos de participação nas campanhas eleitorais são iguais. O único desrespeito é a propaganda eleitoral gratuita, que eu ainda vou lutar para regularizar a situação. Segundo, não temos nenhum filiado corrupto, o que mostra que somos grandes. E terceiro, nós erámos do G-12, grupo formado por 16 partidos pequenos. Deste total, cinco foram para o PT e nove foram para o PMDB. Não sei o motivo. Não foi simpatia e nem proposta de governo porque proposta melhor é a nossa. Agora o PPL decidiu que onde houvesse um filiado com desejo de ser candidato a governador, a executiva nacional determinou que esse candidato aparecesse de público. Eu coloquei nosso nome e o partido tanto nacional como estadual aceitou. Porque não nos alugamos e nem nos vendemos. E seguimos firme batendo de frente com os candidatos poderosos. 
O PPL é um partido de direita ou de esquerda?
Essa pseudoesquerda e direita apareceu no parlamento francês há cerca de 240 anos atrás, quando os parlamentares mais rejeitados sentavam do lado esquerdo. Depois se consolidou com a criação da União Soviética na disputa pelo domínio mundial com os Estados Unidos. Isso virou um pseudoideológico, mas é uma questão muito mais geopolítica do que ideológica. No entanto, nosso partido é tão avançado quanto qualquer partido de esquerda. O PPL é de esquerda avançada e o moderna e defendemos a empresa privada e pública genuinamente nacional, em detrimento do capital estrangeiro. Somos radicalmente contra o capital especulativo. Iremos fazer que o povo participe da distribuição de riquezas. O partido é eminentemente de esquerda, mas somos genuinamente defensores de um projeto nacional desenvolvimentista. 
No segundo turno se Zé Filho e Wellington Dias forem para a disputa, como apontam as pesquisas de intenção de votos, o PPL segue apoiando um dos dois? 
Porque só eles dois podem ir para o segundo turno? Eu vou para o segundo turno. Estou viajando, em contato com o povo, não tenho rejeição. Sou preparado. O povo está calado. É o mesmo processo que o Firmino Filho com 2% venceu Alberto Silva com 60%. O Mão Santa com 4% venceu o Átila Lira com 67% em 1994. E o Wellington Dias saiu de 4% e venceu o Hugo Napoleão, que era o mito político da época em 2002. O Piauí é avançado do ponto de vista político e cultural. Agora chegou a vez de uma pessoa que tem o cheiro do povo como eu.

fonte portal o dia