segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Dia Mundial de Luta contra a Aids: doença ainda é vista com preconceito


Dia Mundial de Luta contra a Aids: doença ainda é vista com preconceito

Apesar do avanço na área médica, muitos portadores do vírus HIV ainda lutam contra o preconceito da sociedade.

“Sabe, a solidão bate às vezes, quando não sabemos direito de tudo. Chega a ser desesperador pensar na doença e como ela chegou na minha vida. Houve um tempo em que não sentavam na mesma cadeira que eu tivesse sentado, nem usavam a mesma colher. Havia um preconceito sem tamanho”, afirma o contabilista e chefe de cozinha aposentado Valdeci Palhano, portador do vírus HIV há mais de 20 anos.
Hoje, com 50 anos, Valdeci recorda-se do tempo em que preservativos ainda não existiam e quando o preconceito contra os aidéticos era ainda mais intenso. “Contraí a doença nos primeiros anos dela no Brasil. Isso foi muito difícil. Morei em São Paulo, onde comecei como garoto de programa. No meio daquilo tudo não sabia como me prevenir, nem existia camisinhas ainda”, lembra.
Depois da luta para recuperar aos poucos a saúde, Valdeci decidiu sair da casa dos pais e optou por procurar ajuda. Atualmente ele vive normalmente, tem sua casa, mas admite: “Não é fácil. As pessoas dizem: ‘ah, hoje tem medicamento’, mas só quem passou sabe bem como é ruim ter que fazer essas coisas todas, além de que os efeitos colaterais são horríveis”, completa.
Foto: Assis Fernandes/O Dia

Desde 2007, 1.572 casos de Aids foram registrados em Teresina, e a cada ano os números vêm aumentando
Hoje (01), quando se celebra o Dia Mundial de Luta contra a Aids, Valdeci é apenas um dos mais de 20 casos que passam diariamente de pelo Lar da Esperança, abrigo para pessoas que, como Valdeci, não tiveram a quem recorrer depois do diagnóstico.
Desde 2007, 1.572 casos de Aids foram registrados em Teresina. A cada ano, os números vêm aumentando, o que se deve principalmente ao crescimento na identificação de pacientes com a doença. Embora o nível de esclarecimento pareça ter aumentado, os dados são preocupantes e as campanhas têm acontecido com frequência na capital.
De acordo com a Fundação Municipal de Saúde (FMS), o foco dessas campanhas têm sido os trabalhadores sexuais em geral, os homens gays e os caminhoneiros, sendo as vítimas do sexo masculino 70% do total.

fonte portal o dia