Mãe quer participar da reconstituição da morte do garoto Eduardo no Rio
Teresinha Maria de Jesus, mãe do garoto morto no conjunto de favelas do Alemão, afirmou ao Cidadeverde.com nesta sexta-feira (10), que quer participar da reconstituição da Polícia prevista para a próxima semana no Rio de janeiro. Ela disse que não acredita no surto psicótico do policial acusado de atirar no seu filho, o garoto Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos. O menino foi morto com o tiro de fuzil na porta de casa no dia 2 deste mês.
Fotos: Wilson Filho
Um laudo feito por peritos da Polícia Civil do Rio confirma que a bala que matou o garoto saiu de um fuzil.
“Não tinha dúvida que a bala que matou meu filho é de um fuzil. Espero que a polícia faça justiça. Eles não são homens da lei, são bandidos fardados. Não são policia. O mínimo que a polícia deve fazer é expulsar esses bandidos da corporação”, disse Teresinha de Jesus por telefone.
Ela, que está em Corrente (a 874 km de Teresina), foi à terra natal enterrar seu filho. Teresinha disse que retorna ao Rio de Janeiro no próximo dia 15 para ajudar nas investigações.
A mãe do garoto disse que não sabe se participará da reconstituição da morte do filho que está prevista para a próxima semana. “Não sei se irei participar da reconstituição. Ainda não falei com o delegado. Quando chegar no Rio saberei. Quero ajudar nas investigações”, disse.
Teresinha garante que as lembranças da morte do filho ainda lhe atormentam.
“Participar da reconstituição vai ser difícil. Não esqueço da cena do meu filho morto. É muita dor. Tem um buraco dentro de mim. Lembro de todos os momentos é uma imagem viva que vai e volta”, disse Teresinha.
Surto psicótico
A imprensa nacional noticiou que após admitir em depoimento que pode ser o autor do tiro, um dos PMs chegou a ser internado no Hospital Central da PM, com sintomas de um surto psicótico.
Um dos agentes afirma que efetuou disparos após uma queda, e outro admite que fez três disparos. Os soldados da UPP serviam de guias para homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Teresinha disse que após a morte do menino, um dos policiais envolvidos chegou a apontar a arma para ela e afirmou: “se matei o filho, posso muito bem matar a mãe”.
Teresinha disse que não acredita na versão de surto. “Ele deveria ter se entregado no dia do crime, já que matou meu filho. Essa história de surto não acredito. Ele quer é se livrar. Mas, de dependente de mim haverá justiça.