segunda-feira, 20 de julho de 2015

Após morte de adolescente, OAB faz vistoria no CEM nesta segunda-feira


Após morte de adolescente, OAB faz vistoria no CEM nesta segunda-feira

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI), realizará nesta segunda-feira (20) uma vistoria no Centro Educacional Masculino (CEM). A instituição quer averiguar as funcionalidades internas diante da morte de Gleison Vieira da Silva, 17 anos, um dos adolescentes condenados pelo estupro de quatro garotas em Castelo do Piauí. Uma delas, Danielly Rodrigues, de 17 anos – morreu após ter afundamento da face. 
Segundo a OAB, participarão da vistoria representantes das Comissões de Segurança Pública e Direito Penitenciário; de Defesa dos Direitos Humanos e de Defesa do Direitos da Criança e do Adolescente. 
Em nota, a entidade repudiou o procedimento adotado pela gestão do CEM, colocando no mesmo espaço os quatro menores que participaram do crime em Castelo. Já havia, segundo a Ordem, relatos de ameaças contra o adolescente que foi morto. A OAB disse que ficou demonstrado no caso, a total falta de controle e planejamento do Estado, além da necessidade de maiores investimentos em segurança, educação e ações que visem a ressocialização dos internos.
“Indispensável a apuração da responsabilidade funcional dos agentes que deveriam zelar pela segurança do menor vitimado, bem assim dos adolescentes que praticaram os atos que culminaram com a morte de Gleison Vieira da Silva”, disse a OAB em nota.
O promotor da 2ª Vara da Infância e da Juventude, Maurício Verdejo, solicitou uma investigação para apurar a morte do adolescente. Ele também abrirá um inquérito administrativo para saber quem tem a responsabilidade pela morte. 
Entenda o caso
Gleison Vieira foi espancado até a morte por volta das 23 horas de quarta-feira na ala D do CEM. Os suspeitos são os três adolescentes acusados do estupro coletivo de Castelo, juntamente com a vítima. Eles teriam confessado ao gerente de internação do CEM o crime no local, mas não informaram o motivo. No entanto, o promotor de Castelo, Cezário Cavalcante, afirmou que o jovem já havia sido ameaçado de morte pelos comparsas, por ter sido o delator do grupo sobre o crime, inclusive contando detalhes do que ocorreu. 
A morte de Gleison foi comemorada no município, o que fez com que a família o enterrasse em Teresina com medo de represálias. Havia a informação de que queriam queimar o caixão, caso fosse levado à cidade.  
O estupro coletivo de quatro garotas ocorreu no dia 27 de maio. Além de violentadas, elas foram agredidas, apedrejadas e arremessadas de uma altura de oito metros no morro do Garrote, onde tinham ido para tirar fotos. Uma delas, Danielle Rodrigues, não resistiu e morreu dez dias depois. Um adulto, Adão José da Silva, 40 anos, está preso acusado de ser o líder da barbárie que contou com a participação de quatro adolescentes, um deles de 14 anos. 

fonte cidadeverde.com