Polícia apreende material que esconde evidências de crimes em casa de suspeito
Caso Makelly: Luís Antunes tinha livros que ensinavam como dificultar investigações da polícia.
A Delegacia de Homicídios apreendeu grande quantidade de material instrutivo de como praticar crimes e esconder suas evidências na casa do professor Luís Augusto Antunes, suspeito de ter assassinado a travesti Makelly Castro no dia 19 de julho do ano passado em Teresina. A diligência se deu em cumprimento a um mandado de busca e apreensão expedido pela Central de Inquéritos.
O delegado que preside a investigações, Higgo Martins, informou em conversa com o Portal que foram encontrados livros e vídeos de como ‘praticar o crime perfeito sem deixar vestígios’, além de uma grande quantidade de material pornográfico e de apologia ao crime.
“Nós encontramos um filme intitulado Evidências de um Crime relatando a história de um homem que ganha a vida apagando vestígios de crimes. Um deles é um assassinato misterioso que ainda está em investigação”, diz o delegado. Além deste DVD, foram encontradas também toucas, um quimono de artes maciais e várias adagas (tipo de faca). Para Higgo Martins, (foto abaixo) isso se configura como provas a serem anexadas ao inquérito, porque se trata de um material altamente instrutivo.
Na residência de Luís Antunes, a polícia se deparou ainda com um vasto material pornográfico incluindo vídeos de orgias em tablets e celulares, e livros relatando cenas de sexo e promiscuidade. A Delegacia de Homicídios resolveu acionar o Conselho Tutelar de Teresina para retirar os filhos do acusado da casa, uma vez que o ambiente a que estavam expostos não condizia com o indicado para sua faixa etária, conforme explica o delegado Higgo.
“Era um ambiente pesado, com material cortante, que fazia apologia ao crime ao sexo. Não era um lugar e criança e nós pedimos que os filhos dele saíssem de lá e fossem encaminhados para a casa de outros parentes”. O material colhido está sendo anexado aos autos do processo e deverá ser encaminhado ao Ministério Público até o final da próxima semana.
Advogado diz que delegado deverá responder processo na Corregedoria
Apesar do depoimento do delegado, a defesa do professor Luís Augusto Antunes, 31 anos, diz que a atitude da polícia de ir realizar buscas e retirar os filhos do acusado da casa onde moravam com o pai foi uma atitude impensada. “Isso não se faz, o que foi apreendido no local não compromete e nem incrimina o meu cliente. O que está sendo feito é um abuso judicial por parte de quem preside o caso”, disse o advogado Marcos Vinicius Brito.
Ainda de acordo com o advogado todas as atitudes da polícia estão sendo levadas até a corregedoria para serem investigadas e a OAB já foi comunicada. “Os órgãos já foram comunicados sobre a atitude do delegado e o processo será instaurado, com certeza. Eles devem responder por estarem agindo de forma imprópria junto ao professor Luís”, finalizou.
