População prende carro da Eletrobrás para ter energia restabelecida
Vizinhança do residencial Dom Helder Câmara se revoltou com energia elétrica instável e trancou caminhão de reparo até ter luz de volta
Após 11 dias sem energia elétrica regular, os moradores do residencial Dom Helder Câmara, localizado no Parque Ideal, se revoltaram. Na noite de segunda-feira, após a faltar luz pela 12ª vez em um só dia, a população prendeu um carro de reparos da Eletrobrás, e prometeu só devolver quando tivesse o serviço restabelecido.
População cercou carro da Eletrobrás até ter energia restabelecida (Foto: Arquivo Pessoal)
Rafael Dias faz parte da diretoria da associação de moradores do residencial Dom Helder Câmara. Ele conta que a energia voltou a faltar pouco mais de cinco minutos depois ser reparada pela equipe da Eletrobrás, e ainda com fogo na fiação. "Era sempre assim: eles vinham, levantavam algumas canelas e um tempo depois, a energia faltava de novo", conta.
Foi quando a população se revoltou, e os vizinhos usaram os próprios carros para trancar o caminhão da empresa. Os moradores do residencial logo saíram das casas para dar corpo ao protesto.
"Os técnicos disseram que não podiam fazer mais nada, que o transformador estava queimado, que precisaria de outro, e que a Eletrobrás não havia autorizado a troca", disse Rafael Dias.
A situação de impasse se agravou, e a população ameaçou até botar fogo no veículo da empresa. "Nós da associação trabalhamos junto com a polícia para intervir, acalmar o pessoal. Os policiais do 8º BPM foram muito sensíveis, não usaram de força bruta, foram muito humanos.", comenta.
O ato fez tanto barulho que Eletrobrás resolveu atender o pedido. A energia foi restabelecida ainda na noite de ontem, e segundo Rafael, a superintendência da fornecedora de energia se comprometeu a enviar duas viaturas na manhã de terça-feira para reformar a rede do residencial Dom Helder Câmara, e trocar o transformador queimado.
"Não foi uma manifestação programada. Foi a própria população que se revoltou. Foi um protesto espontâneo", disse Rafael, mas já avisa que caso o serviço não seja normalizado, a vizinhança fará um novo ato e deve fechar a linha férrea que passa pelo bairro.