Considerado um dos maiores assaltantes de bancos, 'Batman' é preso no PI
Ele é conhecido da polícia desde 1997, que agia principalmente na região sul do país. Rogério Mattos usou nome falso quando foi preso em Teresina.
Dentre os nove presos no último sábado (10), durante a Operação 'Forasteiros', um conhecido da Polícia desde a década de 90 foi novamente capturado. Apresentando-se como Waldemar Muller, e mais conhecido como 'Batman', ele usou esse nome falso diante da Polícia Civil do Piauí. Considerado um dos maiores assaltantes de bancos e carros-forte do país, 'Batman' na verdade se chama Rogério Mattos da Luz, de 39 anos, e há pelo menos 19 atua nesse tipo de crime.
Rogério Mattos da Luz, conhecido como 'Batman' (Foto: Reprodução)
De acordo com informações do delegado Gustavo Jung, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), Rogério foi solto há cerca de 15 dias, e agora foi recapturado pela Polícia piauiense por tentar dar continuidade aos roubos a banco, tipo de crime em que é especializado. Uma das características da quadrilha é a ligação com funcionários públicos ou pessoas ligadas aos alvos.
Delegado Gustavo Jung, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) (Foto: Marcos Cunha/ODIA)
"Ele é um cara muito bem relacionado, com muitos contatos, e eles iam destruir o Piauí. Na metodologia dessa quadrilha, eles sempre tentam pegar informações privilegiadas, por meio de funcionários públicos, com pessoas que lidam diretamente com bancos, transportes de valores, essas coisas. Eles teriam informações de onde ia ter dinheiro, quando ia ter, e quando haveria transporte", detalha o delegado.
'Batman' é conhecido da polícia desde 1997, apontado como líder de uma quadrilha especializada em roubos a caixas eletrônicos e carros-fortes, que agia principalmente na região sul do país. No Piauí, ele também é considerado um dos chefes da quadrilha. Ele já foi preso diversas vezes e escapou pelo menos em três oportunidades, garante um site paranaense. O delegado Gustavo Jung acrescenta que em janeiro deste ano, o preso sofreu um acidente quando manuseava explosivos e perdeu uma das mãos.
Dentre os presos, também foi capturado um policial civil de Tocantins, que reforça a característica da quadrilha de agregar funcionários com cargos que facilitam os crimes. Segundo o delegado, a função do policial era fazer a retirada dos assaltantes do local do crime. "Eles entravam dentro do carro, o policial tirava eles de lá, apresentando a carteira de civil se preciso fosse, e saiam do local sem levantar maiores suspeitas", conta.
Ao todo, foram nove pessoas presas, sendo a maioria deles de outros estados, daí a motivação do nome da operação ser 'Forasteiros', já que a base da quadrilha é do Paraná e do Tocantins. Eles foram identificados como Charles Adriano Amorim, Rogério Mattos (Batman), Anderson Teodoro de Souza, Alexsandro Alves Barros, Alysson Aguiar Alves (Policial Civil Tocantins), Carlos Augusto Batista da Silva, Paulo Roberto de Oliveira, Vilmar Pedro Oliverio, e Cassia Alves Soares.
Somente Cássia Alves, mulher de um traficante da região do bairro Dirceu ligado a quadrilha, e Charles Amorim são do Piauí. Ele trabalha como advogado na capital, e foi liberado após pagamento de fiança, cujo valor foi estipulado pela Justiça e não foi informado. Cássia foi presa em casa, e seu companheiro ainda está foragido.
Caminhão apreendido em posse da quadrilha (Foto: Marcos Cunha/ODIA)
Fora o advogado, os demais presos ainda se encontram a disposição da Justiça. O inquérito final deve ser entregue nos próximos dias. Os cinco veículos apreendidos também permanecem na cidade, sendo três deles provenientes de roubo. O caminhão segue estacionado na porta da sede do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco).