segunda-feira, 27 de maio de 2019

Mulher aluga imóvel em Teresina e vive pesadelo: empresa se manifesta

Mulher aluga imóvel em Teresina e vive pesadelo: empresa se manifesta


A artesã e cozinheira Leda Maria vive um verdadeiro pesadelo após alugar uma casa no bairro Saci, na Zona Sul de Teresina. Ao 180, ela informou que procurou a imobiliária Metrópole no ano passado e tratou diretamente com o dono da empresa, Marcelo Antônio Nunes Rocha, e desde então sua vida virou um 'inferno'.
Tudo começou em junho 2018 e ela teve que pagar um ano de aluguel de uma vez para dispensar o avalista. Leda diz que fez o depósito de R$ 12 mil na conta do proprietário, que deveria entregar a casa no dia 5 de julho daquele ano.
"Ele não me entregou, enrolando, enrolando o tempo todo, quando ameacei levar o caso para a imprensa, ai ele disse que estava com o pedreiro, colocou uns pedreiros para fazer um remendo na casa. Tudo que a gente tinha combinado ele não cumpriu", disse.
Ela informou que no dia 12 de julho teve que se mudar, porque já havia deixado a outra casa que havia alugado e os pedreiros ainda estavam fazendo serviços. Leda disse que na casa havia uma ligação clandestina de energia e pediu que a situação fosse regularizada.
Primeiros problemas 
"Com 15 dias que eu estava na casa, a sala e o banheiro afundaram. Foi uma luta para empresa vir, um stress, pedi para empresa devolver meu dinheiro, ou me arrumasse outra casa para que eu pudesse me mudar. Só me ofereceram na Zona Norte ou Zona Leste e eu não podia, mas disseram que iriam resolver", afirmou.
Leda disse que teve que adiantar mais R$ 3 mil para que o serviço fosse feito e ainda teve que pagar o IPTU. "Ele mandou o pedreiro terminar o serviço e não pagou, o pedreiro ficou me ligando e me assediando, tive que mudar o número do telefone, porque o pedreiro disse que ele não tinha pago, que eu tinha que pagar, ficou perguntando se eu tinha namorado... Comuniquei o Marcelo e disse para ele resolver".
Ela disse que ainda ficou duas semanas com os pedreiros na casa, dando alimentação, para que eles terminassem logo o serviço, pois ela e a irmã queriam privacidade.
Mais problemas na residência
Leda conta que as caixas de gordura estavam entupidas e a fossa estava com um odor insuportável, além de rachaduras nas paredes.
"O teto, quando chove, molha tudo, é a mesma coisa de eu estra na chuva, no meio do tempo, a água sai de dentro do bocal como se fosse um chuveiro", diz ela que teve seus móveis perdidos por causa da água. "Meu quarto já nem durmo mais lá", completa.
Veja os vídeos:
Saúde afetada
A artesã reclama também da caixa d'água, que não era lavada e acabou contraindo uma bactéria no intestino e teve câncer. Ela entrou na justiça para tentar resolver a situação, mas o caso ainda está em trâmite.
"O Marcelo deu parte de mim no 12º Distrito Policial, que fica no Planalto Ininga, a empresa do seu Marcelo é no Centro, 1º DP, a residência dele é no Cabral, 2º DP. Por que o seu Marcelo saiu para o 12º? Com o delegado Canabrava? Porque o Canabrava é amigo dele, tando que não quis me ouvir, o Marcelo deu queixa de mim, pedindo a rescisão do contrato, que eu estava ameaçando, porque a casa alagou a noite, e liguei para ele, e disse que enquanto ele estava dormindo, eu estava operada, tirando água da casa, eu disse, em momento de desespero, que ia matar, eu estava desesperada, nunca passei por nenhuma enchente e passei por isso, a casa está aqui para qualquer pessoa ver", afirmou.
Preconceito
Ela disse que após denunciar o caso no Facebook, várias mulheres contaram que foram vítimas do Marcelo. "Toda mulher que procura a empresa para fazer negócio, é aborrecida, é maltratada, é o preconceito de uma mulher fazer negócio e da mulher ter dinheiro para se manter".
Ela contou que na delegacia o delegado Canabrava informou que ela não estaria pagando o aluguel e que teria que sair da casa, Leda negou a informação e e informou que pagou um ano antecipado, além de outras taxas. Ao questionar porque a denúncia foi registrada naquela delegacia, ela conta que foi ameaçada de ser presa. Dias depois um novo BO foi registrado contra ela.
Leda mostrou os comprovantes de pagamentos realizados, o boletim de ocorrência e sua intimação
Leda mostrou os comprovantes de pagamentos realizados, o boletim de ocorrência e sua intimação 
Vários pagamentos
Leda disse ainda que pagou um seguro contra incêndio, mas que a seguradora não existe e que não pagou apólice. Além disso, o IPTU que pagou está no nome de uma igreja, além de que valores que pagou de IPTU e taxa de lixo não correspondem com os valores reais.
Mulher faz apelo
"Fui lesada de todas as formas por ser mulher e estou penando, pagando caro por isso, como se fosse um crime ser mulher, por isso estou pedindo ajuda, porque estou no meu limite, eu não aguento mais, a casa está horrível, a minha saúde está se agravando cada vez mais, por favor, me ajudem", concluiu ela emocionada. 
O outro lado 
A advogada da empresa, Dalva Fernandes, informou ao 180 que Leda realmente pagou um ano de aluguel antecipado, fez a vistoria na casa antes de entrar e foram constatadas pendências. "O proprietário da imobiliária e também do imóvel passou a resolver essas pendência. Só que essas pendências se tornaram, dentro do contexto dela, quanto pessoa, ela nunca estava satisfeita com nada, consertava de um lado e aparecia desse. Dai as pendências foram se acumulando segundo a ótica dela", disse.
"Ela começou a desviar o foco para o lado pessoal. Ela começou a mandar WhatsApp para todos os atendentes da imobiliária, difamando ele, com o nome de vagabundo, de inescrupuloso, uma série de nomes, ele passou a não mais atender as ligações dela".
A advogada disse que marcou uma reunião com ela e o dono da imobiliária e ela disse que tinha interesse de permanecer no imóvel, mas que não estava satisfeita com os profissionais que iam fazer os serviços na casa. Leda teria ficado de procurar orçamentos, que deveriam ser apresentados à empresa. Dalva Fernandes disse que a artesã só queria entregar o orçamento na mão do proprietário.
"Dos áudios que ela começou a mandar, eram de relação íntima e pessoal, do estilo dela dizer que ele, o proprietário do imóvel, estava fazendo isso porque ela não teria querido ele, que ela se respeitava, que ela dava valor a ela. Quando ela disse que só entregaria o orçamento para ele, eu disse que 'não vai'. Eu notifiquei logo em seguida cobrando a resposta por AR e depois isso ela continuou com as mensagens via WhatsApp, com vídeos, puxando para o lado dela enquanto mulher, até que nós fomos citados para uma ação que tramitava no juizado do Bela Vista. Contestei a ação, foi uma audiência una, onde a juíza nos ouviu e ouviu a ela e assim ficou. A ação foi julgada extinta, porque a juíza acatou a minha tese da impossibilidade de perícia porque o juizado especial está para tratar de causas menos complexas, que é a própria lei que diz. Paralelo a isso, em razão da honra do meu cliente, ter sido muito afetado, ela encontrou o telefone da esposa dele, mandava fotos dele com a filhinha dele, fazia ameaças, dizendo que ia para a TV, um boletim de ocorrência foi registrado", afirmou.
A advogada disse ainda que foi registrado BO no 12º Distrito Policial, porque é da região onde o proprietário , por calúnia, difamação, injúria. Foram juntados todos os áudios, com ameaças. Os advogados da artesã ainda entraram em contato com com a empresa e ainda tentaram uma negociação, que não chegou a acontecer porque ela queria o pagamento antes de sair da casa.
Sobre o alagamento e problemas durante as chuvas, a empresa afirmou que Teresina teve um período chuvoso intenso e que o problema pode ter sido ocasionado pela locomoção de telhas durante um serviço na casa, com a instalação de uma antena.
A imobiliária também emitiu uma nota sobre o caso:
A Imobiliária Metrópole, por meio de assessoria jurídica, vem através desta nota rechaçar, peremptoriamente, quaisquer publicações em rede sociais envolvendo situação individual e particular, sem qualquer relação comercial com a Empresa destacada. Tais publicações, além de imprudente, irresponsáveis e desmedidas, têm o condão de denegrir a imagem da empresa imputando fatos que não correspondem à verdade, expondo empresa por demais conceituada no ramo imobiliário na região, ao longo de 15 anos, sem registrar máculas de quaisquer natureza, sempre garantindo um bom serviço aos seus clientes, honrando com seus compromissos comerciais, sempre em prol dos interesses dos locadores, locatários. Prestando sempre um bom serviço de excelência.
Nesse sentido repelimos, veementemente, qualquer argumento que venha macular a Imobiliária Metrópole esclarecendo que já estão sendo adotadas as medidas judiciais, cíveis e criminais, a responsabilizar eventuais autores de fatos que não refletem a verdade e procuram criar verdadeiros “Fake News” para se locupletarem em suas divagações.
A Direção. 

fonte 180graus.com