terça-feira, 29 de julho de 2025

Dr. Pessoa pede “cárcere privado” para sobrinho após acusação de mandar excluir multas

 Ex-prefeito negou que tenha ordenado exclusão de infrações e disse que usam seu nome “indevidamente”.

O ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, rebateu as declarações dadas pelo seu sobrinho, Bruno Migliano Pessoa, que disse ser ele quem mandava excluir multas de forma irregular da Strans. Bruno prestou depoimento à polícia e afirmou que era Dr. Pessoa que pedia para que as infrações fossem retiradas do sistema. O esquema, segundo a investigação, causou prejuízo de mais de R$ 500 mil aos cofres públicos de Teresina e teria sido posto em prática quando Bruno era superintendente da Strans.

Ex-prefeito negou que tenha ordenado exclusão de infrações. - (Assis Fernandes/O Dia)Assis Fernandes/O Dia
Ex-prefeito negou que tenha ordenado exclusão de infrações.

A reportagem do PortalODia.com conversou com o ex-prefeito. Afastado da vida pública desde que transmitiu o cargo a Silvio Mendes, em janeiro, Dr. Pessoa disse estar cuidando da saúde, contou que passou por procedimentos cirúrgicos depois que deixou o mandato e demonstrou revolta ao saber que seu nome teria sido mencionado pelo sobrinho no inquérito que apura fraudes no sistema da Strans.


O ex-prefeito disse que vai se pronunciar oficialmente direto à justiça, mas só quando for oficiado do teor do depoimento de Bruno Pessoa. Ele negou as acusações e disse que usou seu nome indevidamente. Dr. Pessoa sugeriu que seu sobrinho fosse encarcerado e não apenas use tornozeleira eletrônica, como determinou a justiça.


“Para a justiça vou declarar que não botem tornozeleira, mas sim em cárcere privado. Quem usou e quem usar meu nome indevidamente, vou recomendar à justiça que, ao invés de tornozeleira, bote em ambiente fechado esse ou aquele ou qualquer bandido”, foi o que afirmou Dr. Pessoa por telefone.

A menção do nome do ex-prefeito no depoimento de Bruno Pessoa foi confirmada pelo delegado responsável pela Operação Reset, Ferdinando Martins. Titular da Delegacia de Combate à Corrupção, ele preferiu não dar detalhes da investigação, mas destacou que o Dr. Pessoa foi apontado pelo sobrinho como sendo quem pedia os favores para excluir determinadas multas.



Mais de 2 mil infrações foram retiradas do sistema da Strans. De acordo com o delegado, há pessoas que tiveram várias multas excluídas do próprio nome. Os favorecidos ainda estão sendo mapeados, mas a polícia já adiantou que há fortes indícios de favorecimento político no esquema e apura o possível envolvimento de parlamentares.


fonte portalodia.com